Da revista Light - Londres, 22 de Fevereiro de 1940.

Caiu sob a excomunhão da Igreja aquele sensível e altamente espiritualizado escritor, Pietro Ubaldi, e suas duas últimas obras. A Grande Síntese o Ascese Mística foram condenadas. A última foi publicada há alguns meses apenas, mas a primeira teve sua segunda edição antes que fossem descobertas suas qualidades perigosas (?).

Realmente, quando pensamos na sinceridade de Ubaldi e em seu profundo sentimento religioso, em sua vida de renúncia e em sua simplicidade franciscana, admiramo-nos da mesquinhez de pensamento dos que nos dias de hoje podem censurá-lo.

Entretanto, os que cometem o atentado de querer silenciar os pioneiros do ensino espiritual, colhem geralmente o efeito oposto ao que desejavam: e neste caso, eles liderarão um aumento de interesse em tomo de Ubaldi e de suas obras.

O seguinte trecho pitoresco apareceu num artigo, que é evidentemente da autoria de um eclesiástico, na Gazzetta di Foligno: "Desde que, nos assuntos religiosos, o pensador não é — segundo a metáfora comum de Ubaldi — uma estação transmissora", mas apenas uma "estação receptora, segue-se que o sistema destrói a base dogmática da religião católica, que tem sua origem da revelação de Deus, e não na hipotética criação do intelecto humano. O autor expressa a esperança de que "o escritor se submeterá com docilidade à sentença, reconhecendo e deplorando os erros de sua mente poderosa que, sem intenção de pecado, foi envolvida nas nebulosas abstrações do Kantismo, da mediunidade e da ultrafania".

Tudo isto, em flagrante contraste com um artigo, publicado num jornal do governo italiano, Gerarchia, que entusiasticamente aponta Ubaldi como o verdadeiro sucessor dos místicos medievais, dizendo que ele reviveu a tradição da Umbria depois de um silêncio de cinco séculos

A REDAÇÃO