Da revista Reformador - Rio de Janeiro, Novembro de 1939.

Em telegrama de 14 do corrente, da "Cidade do Vaticano", noticiaram os jornais cariocas que a Suprema Congregação do Santo Ofício (o ofício é mesmo santo) resolveu pôr no "Index" ou inserir na lista dos livros proibidos as duas obras: A Grande Síntese e Ascese Mística, de Pietro Ubaldi, que tratam de questões teológicas.

Será mesmo disso, na acepção católica dos termos, que tratam as duas obras citadas? Afirmando-o, como o fez, segundo a notícia acima, somos levados a crer que a Suprema Congregação as condenou "por palpite", ou, o que é mais provável, porque leu e não entendeu.

Não nos interessam, porém, os motivos da condenação, nem temos tempo agora para os apreciar. Registrando o fato, sem comentários, que ficarão para depois, queremos apenas prevenir do perigo a que se acham expostos, se lançarem inadvertidamente os olhos sobre as mencionadas obras, aqueles de nossos irmãos, cujos espíritos, com a Igreja em pleno século vinte, se conservam dentro da Idade Média, e congratularmo-nos com os que já se evadiram da prisão espiritual de tão remota época, pela consagração real que do seu valor altíssimo e da sua sabedoria profunda obteve A Grande Síntese, cuja segunda edição na Itália, já se acha quase esgotada, pouco faltando para que se esgote a sua primeira edição brasileira.

Quanto à outra obra condenada pela Suprema Congregação, no seu santíssimo ofício de condenar, a Ascese Mística, embora de muito menor porte do que aquela, é também um trabalho digno da "consagração" que acaba de obter, como os nossos leitores não tardarão a verificar, pois que em breve encetaremos a sua publicação em nossas colunas.

A REDAÇÃO