Procuremos agora observar mais pormenorizadamente, nas suas diversas fases de desenvolvimento, a dinâmica do fenômeno evolutivo, confirmando e exemplificando melhor o que acima foi exposto, mas agora com uma expressão gráfica mais evidente, como se encontra em nosso diagrama. Já vimos qual é a posição das forças positivas e negativas em ação no processo evolutivo no seu ponto inicial, e que é possível conhecer o valor qualitativo e medir o seu quantitativo. Estudaremos agora as mudanças às quais aquelas forças estão sujeitas no seu desenvolvimento ao longo do caminho da evolução. Poderemos assim ver como, na dinâmica do fenômeno evolutivo, se realiza o processo da transformação do campo de forças da negatividade, representado pelo triângulo verde ZXZ1 do AS, no campo de forças da positividade, representado pelo triângulo vermelho WYW1 do S, porque esse é o conteúdo do fenômeno evolutivo.

Para simplificar, nos referiremos sobretudo à qualidade fundamental de cada campo, isto é, a negatividade e a positividade. Já vimos no fim do capítulo precedente qual é o seu conteúdo, e que outras qualidades cada uma contém. Mas o que agora mais nos interessa é conhecer quais são as forças positivas, isto é, favoráveis ao ser, que o ajudam a subir, e quais as negativas, isto é, a ele contrárias, que o dificultam; é saber por que razão, com que meio e em que forma e medida as primeiras se vão transformando com a evolução nas segundas. Isto interessa-nos saber, porque é em função da natureza dessas forças em relação ao ser que, conforme a posição ocupada por ele, varia o esforço a realizar para vencer as resistências dos impulsos negativos do AS, e varia também a ajuda que ele recebe da parte dos impulsos positivos do S, para progredir ao longo do caminho da evolução. Poderemos assim conhecer, em cada nível de existência e em relação ao trabalho até ai realizado pelo ser, qual o esforço necessário que lhe cabe executar para resistir ao impulso do AS que procura freiá-lo a fim de o fazer recuar, e a ajuda que, no sentido oposto (S), o sustenta, impulsionando-o para a frente, para ele subir até à sua salvação.

Olhemos então para a figura e vamos dividir a linha da evolução YX em graus ou etapas sucessivas, que vão da linha do AS: ZYZ1, à do S: WXW1. Veremos assim graficamente representado a cada passo como paulatinamente se realiza o fenômeno da evolução isto é, da transformação: AS-S, ou destruição do triângulo verde da negatividade, ZXZ1; e correspondente construção do triângulo vermelho da positividade, WYW1. Para simplificar dividimos o percurso YX somente em 5 pontos: A1, A2, A3, A4, A5. Mas é claro que ele pode ser dividido em muitos mais, quanto mais quisermos observar o fenômeno nos seus pormenores. Estes 5 pontos que escolhemos bastam para nos dar uma idéia geral do fenômeno e orientar a pesquisa que cada um poderá depois continuar para estabelecer, em qualquer ponto do caminho YX que ele queira, o cálculo do valor das forças contrárias ou favoráveis em ação ao longo daquele caminho. Isto no sentido da negatividade ou resistência das forças do AS contra a evolução, como no sentido da positividade ou ajuda da parte das forças do S em favor da evolução. O ser vai lutando entre esses dois impulsos que o impelem em dois sentidos opostos, e cabe a ele, que está sempre livre, escolher e dirigir-se para um ou outro. Com esta pesquisa será possível calcular qual é, entre esses dois impulsos, o esforço que o ser tem de cumprir para evoluir, e isto em relação a qualquer nível ou posição atingida, em função do caminho percorrido e do caminho ainda a percorrer.

Sempre para simplificar e com isso ganhar em evidência, o fenômeno será graficamente expresso só no lado esquerdo da figura, isto é, da linha da evolução YX, porque no outro lado foi representado não este problema da subida, mas o dos desvios laterais. Estes são os dois problemas fundamentais que até agora focalizamos e que a nossa figura expressa, um de cada lado. É lógico porém que a representação completa de cada um desses fenômenos deveria graficamente estender-se de ambos os lados da linha YX, no caso observado, cobrindo a superfície toda dos dois triângulos, o verde e o vermelho.  

Observemos agora as mudanças que se verificam com o desenvolvimento do processo evolutivo. O poder das forças negativas em ação está expresso, na figura, pela extensão das linhas verdes no ponto considerado; o poder das forças positivas em ação está expresso pela extensão das linhas vermelhas no ponto considerado.

A primeira posição do fenômeno é representada pelo ponto de partida do processo evolutivo, isto é, pela linha verde ZY, onde o AS se encontra em sua plena eficiência, e máximo é o valor das forças negativas em ação; com uma positividade representada somente pelo ponto Y, onde o S se encontra reduzido ao estado latente, e mínimo é o valor das forças positivas em ação.

O    primeiro grau ou etapa atingida na evolução, é representado pelo ponto A1. Nesta altura, ao longo do caminho da evolução mudou a posição do ser. O seu esforço para percorrer em subida o trajeto YA1 transformou o valor das forças contrárias da negatividade, da sua extensão expressa pela linha verde ZY, no valor menor expresso pela linha GB; e ao mesmo tempo, paralelamente, transformou o valor das forças favoráveis da positividade, da sua extensão mínima expressa pelo ponto Y, no valor expresso pela linha A1G. O trecho vermelho coberto por ela representa o que foi ganho em todas as qualidades próprias da positividade favoráveis ao ser, que com o seu esforço as mereceu e agora as possui. O trecho verde GB representa, com o encurtamento da linha ZY até ao comprimento BG, o alívio pela diminuição do fardo dos impulsos contrários, a parte menor que deles na nova posição fica contra o ser, a libertação de uma parte das qualidades negativas do AS que ele atingiu com o seu esforço.

Aqui, desde o seu próprio início, podemos já observar como o processo evolutivo progride em virtude de dois movimentos opostos, mas convergentes para a mesma finalidade, isto é, aumento de positividade de um lado e proporcionada diminuição de negatividade do outro. Podemos observar, na figura, o aumento cada vez maior do comprimento da linha vermelha da positividade, que expressa o grau de endireitamento atingido do emborcamento da queda, e o encurtamento do comprimento da linha verde da negatividade, que representa a parte ainda não corrigida, o que sobra do estado involuído, e que vai cada vez mais diminuindo. Assim ao desenvolver-se o processo evolutivo vemos realizar-se o fenômeno do progressivo aumento da parte nova que representa o S, e a diminuição do que sobra do AS. Isto irá assim continuando até que o negativo se haja tornado positivo. Vemos de fato neste primeiro degrau o valor negativo da linha verde, A1B, neutralizado até ao ponto G pelo valor positivo da linha vermelha A1G.

É no seio deste processo evolutivo que vemos desenvolver-se a luta apocalíptica entre as forças negativas do AS e as positivas do S. O ser se encontra no meio desta tempestade, livre para escolher e dirigir-se num sentido ou noutro. Com isso, Deus deixou ao ser um poder imenso: o de construir à vontade o seu próprio destino. Mas como isto pode acontecer?

No desenvolvimento do processo evolutivo encontramos até agora três linhas de forças em ação para salvação do ser:

1) A linha YA1, das forças movimentadas pelo esforço, para evoluir;

2) a linha A1G, das forças positivas do S, de ajuda, favoráveis à evolução;

3)    A linha GB, das forças negativas do AS, de resistência, contrárias à evolução.

A posição inicial ZY (-) como a de Y (+) se movimenta graças ao impulso evolutivo que sai do ser, e em virtude dele se desloca para uma posição diferente, a do nível A1, que é:

G B (-) e A1G (+). Aconteceu então que, com o seu esforço em subida YA1, o ser mudou as suas condições de existência, e com isso ganhou em positividade (a qual representa um estado favorável em seu proveito), na medida do valor representado pelo comprimento da linha A1G; e ao mesmo tempo o ser mudou as suas condições porque se libertou do fardo da negatividade (a qual representa um estado desfavorável em seu prejuízo), e isto na medida do valor representado pelo comprimento da linha ZY, menos o da linha GB, ao qual a negatividade e a correspondente desvantagem foram agora reduzidos  Então com o seu trabalho evolutivo o ser ganhou em vantagem (+) o trecho A1G, e se aliviou do peso (-) do trecho ZY, que foi diminuído até ao comprimento GB, isto é: (ZY-GB)  Este melhoramento de posição, expresso pela linha A1G, esta subtração de impulsos desfavoráveis de ZY até GB, são devidos ao esforço do ser, YA1. Eis o resultado útil do seu trabalho evolutivo.

Cabe ao ser a tarefa de realizar com o seu esforço a transformação das suas condições de existência, movimentando-se em subida e executando o processo evolutivo  Mas ao lado desse livre poder do ser, há outra parte do fenômeno, representada pela luta entre negatividade e positividade, parte determinística, estabelecida pela Lei de Deus, à qual o ser não pode fugir, contraste entre os dois impulsos opostos, o impulso para baixo (AS), e o impulso para cima (S). O primeiro é representado pelas forças do mal, o segundo pelas forças do bem, que vemos sempre em ação. Mas, apesar de situado entre elas, sem possibilidade de saída, com o ser ficou a liberdade da escolha, pela qual ele pode seguir uma ou outra; Deus deixou-lhe o poder de se dirigir à vontade na viagem através do oceano que vai do AS para o S, deixou-lhe o leme nas mãos, e isto tanto menos quanto mais ele é involuído e inconsciente no início, mas tanto mais quanto mais ele, evoluindo, se torna ciente do seu trabalho e posição. E claro que assim o progresso não é fruto que cai graciosamente do céu, mas deve ser conquistado como resultado de uma dura luta. Temos, porém, que reconhecer quanto seja justo que todo melhoramento seja atingível só como merecido resultado de um correlativo trabalho. Ora, tudo isto nos diz que o ator principal do processo evolutivo é o próprio ser, que está encarregado de o realizar em seu benefício.

No fenômeno da evolução funcionam então três impulsos fundamentais, os que vemos aqui em ação:

1)    o impulso do S; 2) o do AS; 3) o do ser.

O    jogo de todo esse fenômeno executa-se entre estes três elementos. O que realiza a salvação do ser é o deslocamento evolutivo devido ao seu impulso que livremente se movimenta entre os outros dois impulsos, o do S e o do AS, que são determinísticos. E justo que caiba ao esforço do ser, que com a revolta quis transformar a sua posição favorável no S, na desfavorável no AS, a tarefa de transformar agora a sua posição desfavorável no AS, na favorável no S.

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Tudo isto nos permite aprofundar mais o nosso olhar na visão que nos mostra a estrutura do fenômeno da queda, ou involução-evolução, em relação à criação. A Lei permanece sempre o que ela é, como também a estrutura do S, que representa a obra originária de Deus. A involução não foi senão uma reação da Lei contra a revolta, ou ação do ser rebelde: ação e reação das quais nasceu aquela obra, a anti-criação, que se chama AS, contrária, situada nos antípodas da criação de Deus   perfeita e inatingível, acima de qualquer tentativa de alteração. Por isso a revolta que o ser dirigiu contra Deus, ricocheteando, atingiu o próprio ser, tornando-se um revoltado, e não Deus. Esta é a razão pela qual o AS representa um impulso desfavorável, contrário, que agride o ser, pelo fato de que o AS está constituído pelo próprio impulso, igual da mesma natureza que o do ser. A revolta lançada contra Deus, volta para trás, contra o próprio ser. E necessário compreender que o AS não é senão o fruto da rebeldia contra o S; fruto que, amadurecido  no período involutivo, se tornou um impulso de agressão contra o ser, impulso que agora lhe pertence todo, e que ele tem de receber em cheio. O ser está agora mergulhado no AS gerado por ele, e não pode fugir do choque ricocheteado pelo seu próprio impulso rebelde. Por este, o ser será perseguido e não terá paz até que ele, com o seu trabalho em sentido oposto o houver neutralizado, subindo de novo o caminho que percorreu em descida.

Então é verdade que o ser tem nas mãos o poder de construir à vontade o seu próprio destino. Mas é verdade também que não pode realizar isto senão à sua custa, com o seu duro esforço escalando novamente o monte que ele desceu, vencendo a resistência das forças contrárias do AS (as do mal), agora que por ele próprio foi movimentando o jogo fatal das reações punitivas da Lei contra si mesmo.

Observando atentamente a natureza do processo involutivo-evolutivo, revelam-se cada vez mais as qualidades de automatismo e fatalidade do seu funcionamento, que vemos desenvolverem-se deterministicamente como conseqüência necessária das premissas já contidas na Lei e constituídas pelos princípios nos quais ela se fundamenta  estabelecidos por Deus quando Ele nesta forma construiu aquela grande máquina de pensamento, da qual depois tudo derivou  A vontade de Deus já foi, desde o primeiro inicio da criação, escrita por Ele na sua Lei, que não necessita de retoques, nem que Ele intervenha para a modificar, Lei auto-suficiente que Deus só deixa funcionar como ela foi feita

Mais exatamente, por outras palavras: Deus, na Sua criação, construiu u‘a máquina perfeita, que,. sendo perfeita, não pode ser senão determinística, cujos princípios de funcionamento Ele estabeleceu no  momento  da criação.  Nessa máquina ou organismo conceptual, Deus está presente ou imanente, como o nosso eu está em nossa personalidade que constitui nós mesmos, de modo que tal máquina parece automática porque Deus com ela deterministicamente, obedece a Si próprio, isto é, à Sua vontade, que esta escrita nos princípios que constituem a Lei, nos quais o próprio Deus fixou a Sua vontade.

Então, se Deus e a Lei ficam imóveis na sua perfeição, o único impulso novo que pode modificar e sanear a situação do ser decaído, não pode ser senão o dele, não pode sair senão dele próprio. O restante poderá responder a este impulso, e isto conforme as regras preestabelecidas, mas não iniciará um movimento novo por si próprio. E por isso que qualquer variante na posição do ser deve ser produzida por ele, pela iniciativa dele, a cuja livre vontade está confiado o poder de gerar deslocamentos com a sua ação provocando correspondentes automáticos movimentos de  resposta, seja da parte do S, seja da parte do AS. Os impulsos que atingem o ser da parte destes, S ou AS, não são gerados por eles, mas pelo ser, de cuja ação representam o reflexo. Trata-se do retorno do mesmo impulso que saiu do ser e que agora volta para ele, em favor ou contra si próprio, conforme a sua natureza por ele escolhido. Não se trata de um impulso novo, gerado pelo S ou ÀS, e devido a um novo movimento na vontade de Deus e do Sua Lei. A queda foi efeito da liberdade do ser, e não da vontade de Deus.

Novos movimentos na vontade de Deus significariam introduzir elementos estranhos na obra acabada da criação deslocando as linhas estabelecidas do seu plano e alterando o seu perfeito funcionamento orgânico. Os movimentos gerados pelo ser são de outra natureza, porque representam simples oscilações dentro dos limites fixados por aquelas linhas no plano da Lei e imposto pelos seus  princípios. A ação do ser não desloca nada na Lei e na obra de Deus. Só se desloca a si próprio dentro da Lei e dentro desta obra. O seu poder não alcança nada além de seu terreno, poder que se traduz em  semear para si as causas com efeitos inevitáveis. O ser pode emborcar ou endireitar a sua posição, pode avançar ou retroceder, afastar-se ou aproximar-se de Deus.  Mas os  caminhos dessas oscilações já estão marcados, e o ser não pode sair deles. Muito menos ele pode alterar a sua estrutura. O ser está preso dentro do funcionamento do grande organismo do todo, regido por princípios absolutamente determinísticos. A inviolável liberdade do ser consiste no fato de que ele pode funcionar também de modo diferente. Mas ele não pode fazer isto senão com seu risco e perigo, com o seu próprio dano, tendo depois de pagar, com o seu sofrimento as conseqüências do seu erro. Porque Deus assim quis, todos os seres existem, e ninguém pode nem quer deixar de existir. Mas ninguém lhes proíbe de viverem errados, se assim quiserem, no nível, posição e condições de vida da fera, da árvore, até da pedra.

Foi assim que o ser pôde revoltar-se e involuir à vontade. Tudo o que Deus podia fazer para salvar o ser rebelde, já foi previsto e estabelecido antes da queda pelos princípios da Lei, na sua construção. Ela garante a ajuda em proporção ao esforço realizado pelo próprio ser para se remir evoluindo. A Lei é benigna, porque se baseia no princípio da bondade e justiça. Por isso premia a boa vontade, mas não funciona se, com o seu esforço, o ser não a põe em movimento. Se o ser não faz nada para subir3 a Lei fica esperando, impassível. E se o ser quer ficar no inferno do AS, a Lei respeita a sua livre vontade.

A conclusão prática destas considerações é que a recuperação de tudo o que foi perdido, é possível e está garantida, mas sob  a condição de que o ser a queira e de fato a execute com o seu trabalho. A Lei está pronta e, pela sua própria natureza, não pode deixar de responder à ação do ser no sentido de que ele a quis movimentar. Se sua ação é em sentido evolutivo, a Lei replica com a sua ajuda salvadora, sustentando o ser na sua fadiga ascensional para o S. Mas a Lei está pronta também a deixar o ser na sua perdição, se assim o quiser. Na Lei está implícito o princípio da salvação, que desde o primeiro momento do seu nascimento nela foi colocado por Deus. Mas está estabelecido também que esse principio não pode funcionar se não for movimentado pelo próprio ser.

Tal é a técnica da dinâmica do processo evolutivo, que nos propusemos a observar. O que é necessário entender é que não adianta iludir-se, procurando escapatórias em vítimas divinas que façam o trabalho que deve ser nosso, e paguem por nossa conta. O fato é que, se o ser que se encontrava no estado de positividade no S quis emborcar no estado de negatividade do AS, não há como fugir, é necessário que seja do ser e saia dele também outro impulso, O do endireitamento, como dele saiu o do emborcamento. Em resumo, o fenômeno involutivo-evolutivo, ou da queda e salvação, representa um caso particular que pertence só ao ser que quis provocá-lo, caso seu que ele tem de resolver. As causas do desastre não estiveram nem em Deus nem na Lei, mas no ser. É fatal que os efeitos não estejam em Deus nem na Lei, mas somente no ser. Deus o deixou livre de se perder, como depois de se remir. Deixou-lhe o poder de se emborcar, como o de se endireitar à vontade. Mas, se agora o ser quer voltar ao S, tem de cumprir o seu dever de realizar-se, conquistando com o seu próprio esforço a sua salvação. O caminho da evolução já está todo marcado dentro da Lei e ninguém pode mudá-lo. Ele é uma obra da sabedoria divina e o ser não pode senão segui-lo.

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Continuemos observando no seu funcionamento a técnica do processo evolutivo.

O percurso desse processo já foi aqui apresentado dividido em 5 pontos: A1, A2, A3, A4, A5. Estudamos o seu desenvolvimento só até ao ponto A1, que representa o lº degrau da subida. Chegou agora o momento de observar o que se verifica nos outros degraus do processo evolutivo, até à sua conclusão. Teremos assim analisado todo o seu caminho, do seu ponto de partida no AS, ao seu ponto de chegada no S.

Já vimos que os impulsos que movimentam a evolução, são três: 1) O impulso das forças favoráveis da positividade do S; 2) O impulso das forças contrárias da negatividade do AS; 3) O impulso ascensional devido ao esforço do ser, que tem o poder de transformar os resultados do 2º impulso, nos do 1º. Mas observemos o fenômeno mais pormenorizadamente.

Quando o ser, executado o 1º degrau da subida, atinge o ponto A1, conquistou uma nova posição, representada pelos seguintes valores:

O esforço do ser, YA1, gerou a linha das forças positivas, de ajuda, a ele favoráveis, A1G, e reduziu a linha das forças negativas, ZY, de resistência, contrárias ao ser, ao comprimento GB. Em resumo, o ser, subindo este 1º degrau, alcançou os seguintes resultados:

Com o seu esforço, YA1, o ser realizou a conquista da vantagem A1G, e uma diminuição de desvantagem, ZY reduzida até GB. Tal é o balanço final dos impulsos e movimentos que se realizaram no deslocamento evolutivo do ser, no seu 1º degrau ou passo para cima, que vai de Y até A1.

O mesmo princípio, método e resultados se repetem nos degraus sucessivos. Os impulsos que aqui continuam movimentando o processo evolutivo, são os três expostos acima.

Quando o ser, vencendo o 2º degrau da subida, atinge o ponto A2, ele conquistou uma nova posição, que é representada pelos seguintes valores:

O novo esforço do ser, A1A2, gerou uma nova linha de forças positivas, de ajuda, a ele favoráveis, A2H, e reduziu a linha das forças negativas, GB, de resistência, contrárias ao ser, ao comprimento ainda menor, HC. Em resumo neste seu 2º passo em subida, o seu alcançou os seguintes resultados:

Com o seu esforço, A1A2 o ser realizou a conquista da nova vantagem, A2H, maior do que a precedente A1G, e uma noa diminuição de desvantagem, GB, reduzida até HC. Tais são as condições atingidas pelo ser em  sua nova posição A2, no fim do seu 2º degrau ou passo para cima, como resultado do seu esforço e deslocação evolutiva: YA1 + A1A2 =  YA2.

Vemos assim, desde agora, delinear-se a lei que rege o desenvolvimento do processo evolutivo: pelo contínuo esforço do ser, um trecho sobre o outro, vai cada vez mais aumentando o poder das forças positivas, favoráveis, do S, e retraindo-se o das forças negativas, contrárias, do AS. Eis então, o princípio que rege o fenômeno da evolução: pelo esforço do ser, que representa o motor que movimenta todo o processo, este vai se desenvolvendo em sentido tal que o S vai sempre mais ganhando e aumentando, enquanto proporcionalmente o AS vai recuando e reduzindo-se cada vez mais.

Quando o ser subindo ainda um degrau a mais, vence o 3º e atinge o ponto A3, conquistou uma nova posição> ainda mais adiantada, representada pelos seguintes valores:

O novo esforço do ser A2A3, gerou uma linha de forças positivas favoráveis, ainda maior, A3D, e reduziu a linha das forças negativas, HC, de resistências contrárias ao ser, a zero no ponto D. Em resumo, neste seu  3º passo em subida, o ser alcançou os seguintes resultados:

Com o seu esforço, A2A3, o ser realizou a conquista da nova vantagem A3D, maior do que a precedente A2H, e a redução da desvantagem HC até ao ponto D.

Então, como resultado do esforço do ser, temos: YA1 + A1A2 + A2A3 = YA3, desenvolvimento do processo evolutivo em A3, com a linha da positividade do S, se tornando igual à da negatividade do AS. Isto significa que neste ponto os dois impulsos se equivalem, isto é, têm o mesmo poder, existem ambos com medidas iguais, vantagem e desvantagem se equilibram. De agora em diante o processo evolutivo continuará, não com a prevalência das forças negativas sobre as positivas, apesar de as primeiras sempre diminuindo e recuando, mas com a prevalência oposta, das forças positivas sobre as negativas, as primeiras sempre aumentando e avançando. Tal é a lei do processo evolutivo, cuja finalidade é a destruição do triângulo verde e a construção do vermelho. Vemos assim como esse fenômeno se vai realizando.

O    que encontramos então quando o ser  subindo mais um degrau alcança o 4º, e atinge o ponto A4? Ai o ser conquista uma nova posição, mais adiantada, representada pelos seguintes valores:

O    novo esforço do ser, A3A4, gera uma linha de forças positivas, favoráveis, ainda maior, a A4I; superando a linha em resíduo das forças negativas (redução de A3D, A4E)  com o trecho positivo, EI. Em resumo, neste seu 4º passo em subida, o ser alcança os seguintes resultados:

Com o seu esforço: A3A4. o ser realizou a conquista da nova vantagem A4I, maior do que a precedente, A3D, e a diminuição da desvantagem A3D, até A4E. Tais são as condições atingidas pelo ser na sua posição A4, no fim do seu 4º degrau ou passo para cima, como resultado do seu esforço e deslocação evolutiva: YA1  + A1A2 + A2A3 + A3A4 = YA4

O processo continua sempre com o mesmo método. Quando o ser subindo mais um degrau, alcança o  5º e atinge o ponto A5, conquista uma nova posição, ainda mais adiantada, representada pelos seguintes valores:

O novo esforço do ser: A4A5, gera uma linha de forças positivas, favoráveis, ainda maior, A5L; superando a linha em resíduo das forças negativas (redução de A4E até A5F), com o trecho positivo, FL. Em resumo, neste seu 5º passo em subida, o ser alcança os seguintes resultados:

Com o seu esforço, A4A5, o ser realiza a conquista da nova vantagem A5L, maior do que a precedente A4I, e a diminuição da desvantagem, A4E até A5F. Tais são as condições atingidas pelo ser na sua nova posição A5, no fim do seu 5º degrau ou passo para cima, como resultado do seu esforço e deslocação evolutiva:

YA1 + A1A2 + AA3  + A3A4 + A4A5 = YA5.

Deste modo, seguindo sempre o mesmo método, chegamos a conclusão do processo. Quando o ser, subindo mais um degrau, atinge o 6º e último, alcança o ponto X, posição final do fenômeno evolutivo, representada pelos seguintes valores:

O novo esforço do ser, A5X gera uma linha de forças positivas, favoráveis, ainda maior, XW; superando completamente e assim aniquilando a linha em resíduo das forças negativas (redução de A5F até zero no ponto X), com o trecho XW, que expressa a plenitude da positividade e a destruição da negatividade, atingidas no ponto final do processo evolutivo. Em resumo, neste seu 6º e último passo em subida, o ser alcança os seguintes resultados:

Com o seu esforço, A5X, o ser realiza a conquista da nova vantagem XW, maior do que a precedente, A5L, e a diminuição da desvantagem, A5F até zero - Tais condições atingidas pelo ser na sua nova posição X, no fim do seu 6º degrau e de todo o processo da evolução, como resultado do seu esforço e deslocamento evolutivo:

YA1   + A1A2 + A2A3 +  A3A4 + A4A5 + A5X  =  YX.

Assim o caminho evolutivo YX está todo percorrido e, pelo esforço do ser para percorrê-lo, foi gradativamente eliminada toda a negatividade do AS, fruto da queda, e substituída pela positividade do S, que com a ascese foi recuperada  Este é o conteúdo e o resultado do processo evolutivo, que se desenvolveu pelos três impulsos: 1) positivo do S, 2) negativo do AS, 3) processo evolutivo do ser. Dessa forma o processo acaba reconstruindo tudo o que havia sido destruído. Como nos propusemos, ternos assim visto em seu funcionamento a técnica do processo evolutivo. Realizamos o que prometemos no início deste capítulo, isto é, representar graficamente como se realiza a cada passo a transformação: AS - S, o que quer dizer destruição dos valores representados pelo triângulo verde da negatividade ZXZ1, e a correspondente construção do triângulo vermelho da positividade WYW1.

Para simplificar usamos as palavras positividade e negatividade. Sabemos, porém, o que elas significam, de quantas qualidades o seu conteúdo é constituído, e que transformação profunda se realiza para o ser com a passagem de um estado para o outro. Foi para nos apercebermos melhor desta transformação que falamos de forças favoráveis ou contrárias, de vantagem e desvantagem do ser; escolhendo-o como ponto de referência, para conhecermos a cada passo o valor da sua conquista no sentido do bem, e o da sua libertação no sentido do mal, como também o grau de transformação evolutiva por ele realizada, da qual depende a sua salvação. Isto corresponde em perfeita justiça à regra do merecimento, que constitui um dos princípios fundamentais da Lei. É com  o seu esforço que o ser realiza o seu progresso, esforço que representa o impulso que muda um nível de existência para outro, a posição do ser e as condições de vida em seu favor. A fadiga da evolução é compensada a cada passo, na subida, com um melhoramento em vantagem, porque neutraliza as forças contrárias e aumenta as favoráveis. Vemos assim como o ser pode gradativamente reconstruir-se íntegro na perfeição do S libertando-se de todos os efeitos da queda representados pelo AS. Depois do período involutivo ressurge o evolutivo, até à sua salvação. Nisto consiste a redenção, que significa destruição de sofrimento e conquista de felicidade.

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Observemos agora o fenômeno sobre outro ponto de vista e o seu funcionamento; a técnica do processo evolutivo, na sua forma mais completa; a representação por superfície de campos de forças. Repetiremos o que acabamos de explicar, seguindo o mesmo desenvolvimento e com o mesmo conteúdo e finalidade, mas de modo diferente. As etapas da subida ficam sempre as mesmas: A1, A2, A3, A4, A5.

Quando o ser, vencendo o 1º degrau da subida, atinge o ponto A1, como já vimos, temos os seguintes elementos.

O esforço do ser, YA1, deu como resultado a posição expressa pela linha positiva, A1G, e outra pela linha negativa GB. Ora, tudo isto pode ser expresso na figura também com os seguintes termos espaciais, não mais lineares, mas de superfície.

No ponto em que, subindo o trecho YA1, o ser atinge o nível de existência A1, o trabalho por ele realizado com o seu esforço, YA1, ao chegar a essa sua nova posição, é expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele conquistou do terreno da negatividade, YA1BZ, agora representado pela superfície do campo de forcas positivas coberto pelo triângulo vermelho, YA1G; e conseqüente diminuição da superfície do campo de forças negativas, YGBZ, com a redução de ZY até GB.

Esse deslocamento representa o primeiro passo do processo evolutivo, do endireitamento da negatividade do AS na positividade do S, processo pelo qual se vai cada vez mais retraindo e apertando o campo de forças negativas, para a destruição do triângulo verde do AS, e à custa dele se vai cada vez mais estendendo e abrindo o campo oposto, de forças positivas, para a reconstrução do triângulo vermelho do S. Observemos agora como tudo isto se repete nos degraus sucessivos, nos quais o mesmo processo continua desenvolvendo-se sempre mais.

Quando o ser, vencendo o 2º degrau da subida, atinge o ponto A2, temos os seguintes elementos:

O novo esforço do ser, A1A2, gerou a linha positiva, A2H, e reduziu a linha negativa, GB, até HC. Ora, tudo isto pode ser traduzido nos seguintes termos espaciais, de superfície:

No ponto em que, com a sua evolução, A1A2, o ser atinge o nível A2, o trabalho por ele realizado, chegando a essa nova posição e expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele ganhou, representado pela superfície do campo de forças positivas coberto pelo quadrilátero vermelho, A1A2GH; e conseqüente diminuição da superfície do campo de forças negativas, com redução do quadrilátero verde, YGBZ, até GHCB, sendo HC menor do que GB.

Então essa nova conquista, A1A2, somando-se à precedente YA1, resulta a posição final do ser em A2, que é a seguinte:

1) Esforço total até aqui realizado, YA2; 2) campo total favorável, conquistado pela positividade, aniquilando com o endireitamento a negatividade, em proveito do ser, YA2H; 3) campo contrário aniquilado no terreno de negatividade, ou desvantagem do ser, YHCZ, com o valor reduzido de ZY até HC. Então o resultado final do esforço Y A  é representado pela superfície positiva YA2H, e constitui a parte que com o seu esforço o ser endireitou em positividade, c que em seu favor foi extraída o campo da negatividade, YA2CZ, enquanto a superfície YHCZ, foi percorrida, vencida e aniquilada no campo contrário da negatividade. Observemos agora o mesmo processo que continua no degrau sucessivo.

Quando o ser, vencendo o 3º degrau da subida, atinge o ponto A3, temos os seguintes elementos:

O    novo esforço do ser, A2A3, gerou a linha positiva, e ‘eduziu a linha negativa, HC, até zero, no ponto D. Tudo isto pode ser traduzido nos seguintes termos espaciais, de superfície:

1) No ponto em que, com a sua evolução, A2A3, o ser atinge o nível A:}, o trabalho por ele realizado chegando nesta sua nova posição, é expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele ganhou, representado pela superfície do campo de forças positivas coberto pelo quadrilátero vermelho, A2A3DH; e conseqüente diminuição da superfície do campo de forças negativas, agora reduzido da extensão dos dois quadriláteros, YGBZ e GHCB, até ao ponto D, vértice do triângulo verde: HDC.

Então esta nova conquista, A2A3 somando-se às precedentes, YA1 + A1A = YA2, resulta a posição final do ser em A3, que é a seguinte:

1) Esforço total até aqui realizado, YA3; 2) campo total favorável, conquistado pela positividade, aniquilando com o endireitamento a negatividade, em vantagem do ser, YA3D; 3) campo contrário aniquilado no terreno da negatividade, ou desvantagem do ser, YDZ, com o valor reduzido de ZY até ao ponto D. Então o resultado final do esforço, YA3, é representado pela superfície positiva, YA3D, que constitui a parte que com o seu esforço o ser endireitou em positividade, e que em favor dele foi extraída do campo da negatividade, YA3DZ; enquanto a superfície, YDZ, foi percorrida, vencida e aniquilada no campo contrário da negatividade.

Observemos agora o mesmo processo que continua no degrau sucessivo. Já vimos que no ponto A3, pelo esforço redentor do ser, o poder da positividade tanto aumentou e ela tanto avançou, ao mesmo tempo que o poder da negatividade tanto diminuiu e ela tanto se retraiu, que os dois valores opostos acabam igualando-se (linha: A3D). Então, traduzindo o processo em termos de superfície, se até agora foi o campo da positividade invadindo o maior da negatividade, do ponto A3 em diante, é o primeiro que vai cada vez mais superando e aniquilando o que sobra do menor da negatividade até destruí-lo completamente em X. Isto quer dizer que, de agora em diante, o processo evolutivo  continuará, não como até agora, com a prevalência do campo de torças negativas sobre o das positivas, mas com a prevalência oposta, a do campo de forças positivas sobre o das negativas.

Que encontramos então quando o ser, vencendo o 4º degrau da subida, atinge o ponto A4? Aqui temos os seguintes elementos:

O novo esforço do ser, A3A4, gera a linha positiva, A4I, superando a linha em resíduo das forças negativas, A4E, com o trecho positivo, EI. Tudo isto pode ser traduzido nos seguintes termos espaciais, de superfície:

No ponto em que, com a sua evolução, A3A4, o ser atinge o nível A4, o trabalho por ele realizado chegando a esta sua nova posição, é expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele ganhou, representado pela superfície do campo do forças positivas coberto pelo quadrilátero vermelho: A3A4ID;  campos sempre aumentado, que supera o espaço da negatividade, este vai diminuindo sempre, agora reduzido até A3A4ED,  contido e reabsorvido dentro do campo maior, que agora o supera na medida do triângulo positivo, DEI. Neste caso o que sobra e prevalece não é uma (sempre menor) superfície de negatividade ainda a conquistar, mas é uma (sempre maior) superfície de positividade conquistada.

Então esta nova conquista: A3A4, somando-se às precedentes

YA1 + A1A +  A2A3   = YA3,

resulta na posição final do ser em A4, que é a seguinte:

1) Esforço total até aqui realizado, YA4 2) campo total favorável, conquistado pela positividade, em vantagem  do ser, YA4I; 3) campo contrário aniquilado no terreno da negatividade, ou desvantagem do ser, YA4EZ, com o seu valor mais reduzido que o da positividade, que tem de vencer aquela negatividade, que vai diminuindo sempre mais, até desaparecer. Então o resultado final do esforço, YA4, é representado pela superfície positiva, YA4I, parte que com o seu esforço o ser conquistou em positividade, neste ponto superando a superfície vencida da negatividade, YA4EZ, com o triângulo DEI, da positividade, que irá sempre mais aumentando, até atingir o degrau sucessivo.

Quando o ser, vencendo o 5º degrau da subida, atinge o ponto A5, temos, como acima, os seguintes elementos.

O novo esforço do ser, A4A5, gera a linha positiva A5L, superando a linha em resíduo das forças negativas A5F, com o trecho positivo FL. Tudo isto pode ser traduzido nos seguintes termos espaciais, de superfície:

No ponto em que, com a sua evolução  A4A5, o ser atinge o nível A5, o trabalho por ele realizado chegando a esta sua nova posição, é expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele ganhou, representado pela superfície do campo de forças positivas coberto pelo quadrilátero vermelho, A4A5LI; campo, sempre aumentado, que supera o espaço da negatividade, este vai diminuindo sempre mais, agora reduzido até A4A5FE, contido e reabsorvido dentro do campo maior, que agora o supera na medida do quadrilátero positivo, EFLI. Neste caso o que sobra e prevalece não é uma (sempre menor) superfície de negatividade ainda a conquistar, mas é uma (sempre maior) superfície de positividade conquistada.

Então esta nova conquista: A4A5, somando-se às precedentes,

YA1 + A1A2 + A2A3 + À 3A4  = YA4.

resulta na posição final do ser em A5, que é a seguinte:

1)    Esforço total até aqui realizado: YA5; 2) campo total favorável, conquistado pela positividade, em vantagem do ser, YA5L; 3) campo contrário aniquilado no terreno da negatividade, ou desvantagem do ser, YA5FZ; com o valor mais reduzido do que o da positividade, que tem de vencer aquela negatividade, que vai diminuindo sempre mais, até desaparecer. Então o resultado final do esforço, YA5, é representado pela superfície positiva, YA5L, parte que com o seu esforço o ser conquistou em positividade, neste ponto superando a superfície vencida da negatividade,  YA5FZ com a superfície EFLI da positividade, que irá aumentando ainda mais, até atingir a sua plenitude no S.

Quando finalmente o ser, vencendo o último degrau da subida, atinge o ponto X, temos, como acima, os  seguintes elementos:

O    novo esforço do ser, A5X, gera a linha positiva, XW substituindo-a completamente à linha das forças negativas, que desaparece, aniquilada no ponto X. Tudo isto pode ser traduzido nos seguintes termos espaciais, de superfície:

No ponto em que, com a sua evolução, A5X, o ser atinge o nível X, o trabalho por ele realizado chegando a esta sua nova posição, é expresso, em sentido favorável, pelo espaço que ele ganhou, representado pela superfície do campo de forças positivas coberto pelo quadrilátero vermelho, A5XWL, campo ainda maio", que desta vez chegou a superar o espaço da negatividade sempre menor, agora reduzido até A5XF, contido e reabsorvido dentro do campo maior, que agora o supera na medida do quadrilátero positivo, FXWL. Neste caso o que sobra e prevalece não é uma (sempre menor) superfície de negatividade ainda a conquistar, mas é uma (sempre maior) superfície de positividade conquistada; isto até que, chegando o ser ao ponto X do processo evolutivo, a superfície do campo de forças da negatividade desaparece, completamente coberta pela superfície do campo de forças da positividade, que conquistou o terreno todo da negatividade, a ela se substituindo.

Então esta nova conquista, A5X, somando-se às precedentes,

YA1 + A1A2 + A2A3 + À 3A4  + A4A5 = YA5,

O resultado final, na posição do ser em X, é o seguinte:

1) Esforço total até aqui realizado, YX; 2) campo total favorável, conquistado pela positividade, em vantagem do ser, YXW; 3) campo contrário aniquilado no terreno da negatividade, ou desvantagem do ser, YXZ, com o valor mais reduzido do que o da positividade, que ainda mais venceu a negatividade, e continuou diminuindo, até desaparecer no ponto X, completamente substituída pela positividade. Então o resultado final do esforço. YX, é representado pela superfície positiva, YXW, superfície total, que com o seu esforço o ser conquistou em positividade, superando a superfície vencida da negatividade, YXZ. Com a superfície, FXWL mais as superfícies precedentes da positividade, o ser conquistou todo o espaço da negatividade, eliminando-a definitivamente com o processo evolutivo, e assim atingindo a plenitude do S.

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Eis então o movimento geral do desenvolvimento do fenômeno da evolução em termos de superfície. A linha À3D divide o processo em duas partes. Na primeira parte são os campos de positividade menores, que vão aumentando de YA1G, A1A2HG até A2Ã3DH;  endireitando, positivamente e neutralizando com YÂ3D, os campos da negatividade em YA3DZ, campos que por sua vez paralelamente vão diminuindo e reduzindo-se de YGBZ, GHCB, HDC, até ao ponto D. Na segunda parte é a positividade, que agora se tornou maior, e continua aumentando, superando cada vez mais, com seus campos DEI, EFLI até FXWL, os campos da negatividade, que endireitados e neutralizados, paralelamente continuam diminuindo e reduzindo-se de A3A4ED, A4A5FE, A5XF, até ao ponto X. Esta, em termos de superfície,  é a expressão gráfica do processo evolutivo, cuja tarefa é a transformação do triângulo verde da negatividade, ZXZ1, no vermelho da positividade, WYW1.

Na primeira parte do processo ate ao ponto A3, o que predomina é o impulso negativo do AS. Então o caminho aprofundado na matéria é o mais duro. Tal predomínio do poder do AS vai, porém, diminuindo, cada vez mais, e com isso a ascese se torna sempre menos difícil, à medida que o ser sobe; até que, na segunda parte, depois do ponto A3, inicia-se outra fase do processo, na qual é o impulso positivo do S que prevalece, predomínio que vai aumentando cada vez mais, e com isso o trabalho da evolução se torna mais leve, tanto mais quanto o ser se levanta na direção do espírito. O que no diagrama representa o fardo que o ser tem de carregar (resistência do impulso contrário do AS), é a extensão do campo de forças da negatividade. O que representa o alívio que o ser recebe (ajuda do impulso favorável do S), é a extensão do campo de forças  da positividade  A conclusão a respeito do ser é que a evolução se torna cada vez mais fácil, quanto mais ele com o seu esforço progrediu, o que corresponde à justiça, porque se mais o ser progrediu é porque mais trabalhou para isso. Acontece como se o fruto duramente ganho se acumulasse em seu favor. Com mais exatidão temos, de fato, os seguintes movimentos dos elementos do fenômeno evolutivo:

figura 2 queda e salvação

Com estes deslocamentos progressivos, o que desaparece como AS, ressurge como S. É deste modo que se realiza a destruição do AS e a reconstrução do S. Tal é o conteúdo do fenômeno evolutivo

O    mesmo processo, como já vimos, se pode repetir na sua forma mais completa, não mais de expressão linear, mas de apresentação por superfície de campos de força.  Nestes, teremos então os seguintes deslocamentos:

figura 3 queda e salvação

Para mostrar de que elementos resulta composto o primeiro destes dois quadros (expressão linear), podemos repeti-lo na seguinte forma:

figura 4 queda e salvação

Observando este processo de transformação, vemos que ao longo dele há sempre uma parte em que positividade e negatividade estão sobrepostas, A1G, A2H, A3D, A4E, A5F.

Este fato, que esclarecemos agora com uma interpretação mais exata do diagrama, significa que nestes trechos, onde se verifica a sobreposição, funcionam a negatividade como resistência e a positividade como ajuda, equilibrando-se assim naquele trecho no mesmo tempo e na mesma medida. Vemos, porém, que, antes de chegar ao nível A3D, na primeira parte do processo evolutivo, existe uma superabundância de negatividade, pelo qual o que prevalece é a resistência contrária ao ser, e isto na medida sempre em diminuição, YZ, GB, HC.  E vemos também que, acima daquele nível A3D, na segunda parte do processo evolutivo, existe uma progressiva superabundância oposta, de positividade, pela qual o que prevalece é a aluda favorável ao ser, e isto na medida, sempre em aumento, EI, FL, XW.

Os mesmos conceitos podem ser repetidos como acima na sua forma mais completa, não mais de expressão linear, mas de representação por superfície de campos de forças. Nestes, temos então os seguintes deslocamentos:

fugura 5 queda e salvação

Neste caso também vemos que há sempre uma parte constituída por superfícies de campos de força, de positividade e negatividade sobrepostas, isto é, YA1G, A1A2HG, A2A3DH, A3A4ED, A4A5FE, A5XF. Isto, em outra forma, significa como acima, que nestes trechos onde se verifica tal sobreposição, funcionam a negatividade como resistência e a positividade como ajuda ao mesmo tempo, assim se equilibrando. Além disso vemos aqui expressa na primeira parte, como no caso precedente, mas agora na forma de superfície de campos de forças, a mesma superabundância de negatividade, pela qual o que prevalece é a resistência contrária ao ser, e isto na medida sempre em diminuição, YGBZ, GHCB, HDC. E vemos expressa também na segunda parte, sempre em forma de superfície, a mesma superabundância oposta, de positividade, pela qual o que prevalece é a ajuda favorável ao ser, e isto na medida cada vez mais em aumento, DEI, EFLI, FXWL.

Este fato é o resultado do trabalho de endireitamento realizado pela evolução, cuja tarefa é a de destruir a negatividade para reconstruir no seu lugar a positividade. O diagrama nos dá assim a representação gráfica do conceito há pouco acima mencionado, isto é, que a evolução se torna cada vez mais fácil, quanto mais o ser com o seu esforço progride. Isto é devido ao fato de que, na primeira parte do percurso até ao ponto A3, o que prevalece é o impulso involutivo do AS, pelo fato de que o ser se encontra ainda próximo do ponto de partida da evolução, que está situada na plenitude do AS. Neste trecho dominam então as forças do AS, de resistência contra a evolução do ser, e por isso a subida é mais difícil e requer um esforço maior. Mas na segunda parte do processo evolutivo, acima de A3, a posição se emborca e o que prevalece é o impulso evolutivo do S, do qual o ser cada vez mais se vai encontrando próximo. Neste segundo trecho dominam então as forças do S, de ajuda em favor da evolução do ser, e por isso a subida é mais fácil e requer um esforço sempre menor.

Explica-se assim também um fato que vemos existir em nosso mundo. Nos níveis medianos, perto de A3, aos quais pertence o homem atual, não há, como vemos no diagrama, grande prevalência de um sobre o outro impulso, de modo que não domina a lei do S (o bem), sobre a do AS (o mal), ou ao contrário, mas se verifica um contraste entre bem e mal em luta, sem que um deles se consiga impor decisivamente superando o outro.  Assim, enquanto, com a ética e as religiões, chega ao homem do Alto, como um convite da parte do S, a ajuda favorável à ascensão, ao mesmo tempo contra ele sobem de baixo, como resíduo e retorno do passado no subconsciente animal, os impulsos de resistência contrários à ascensão. Não é isto o que todos os dias vemos acontecer em nossa consciência?

Cumpriu-se assim o caminho todo da subida.  Observamo-lo em nosso diagrama e eis o que ele nos mostra. Quando o processo evolutivo atinge o ponto X, o campo de forças da negatividade  (expresso pelo triângulo verde, YXZ). encontra-se aniquilado pelo esforço evolutivo: YX, do ser, e a ele foi substituído o campo de forças da positividade, expresso pelo triângulo vermelho, YXW.  Mas já dissemos no início deste capítulo que, para simplificar, o fenômeno foi estudado só na sua metade, representada pelo lado esquerdo do diagrama; mas o fenômeno inteiro agora pode ser resumido nos termos seguintes: o campo de forças da negatividade, ou AS, fruto da queda, (expresso pelo triângulo verde, ZXZ1), foi gradativamente aniquilado pelo esforço evolutivo, YX do ser, até que a ele foi substituído o campo de forças da positividade, ou S, fruto da redenção, expresso pelo triângulo vermelho, WYW1. Vimos assim, neste capítulo, qual é no seu funcionamento a técnica do processo evolutivo, isto é, do fenômeno da destruição do AS, e da reconstrução do S.

Se agora substituirmos às simples palavras: negatividade e positividade, que por  brevidade acima usamos, o significado muito mais vasto que já vimos que elas representam, então este árido cálculo de campos de forças adquire um conteúdo vivo e atual, compreensível também em termos bem avaliáveis na prática de nossa vida comum. Isto pelo fato de que, como já dissemos, negatividade significa caos, matéria, determinismo, mal, ignorância, imperfeição, revolta, inferno, ódio, sofrimento, morte etc.; e positividade significa ordem, espírito, liberdade, bem, sabedoria, perfeição, obediência, paraíso, amor, felicidade, vida etc. Então quando acima falávamos de campos de forças de negatividade ou positividade, vemos agora qual o significado contido nestas palavras.

Podemos aperceber-nos agora que profunda transformação o esforço evolutivo do ser opera nas condições de vida. A superfície, que a positividade vai conquistando sempre mais no terreno da negatividade, nos dá a expressão gráfica desse fenômeno progressivo de endireitamento que, pela ascese do ser, tudo muda e renova nele e no seu ambiente, substituindo a posição errada do AS, pela posição certa do S. Endireitamento de todas as qualidades possíveis da existência; isto é, as do mundo físico, no nível matéria; as do mundo dinâmico, no nível energia; as do mundo moral e mental, no nível espírito.  Lembremos que o percurso YX abrange o total caminho evolutivo do ser, em toda a sua amplitude de fenômeno físico-dinâmico-psíquico como foi explicado em A Grande Síntese.

Este é o conteúdo do imenso trabalho da redenção cósmica, que tem de levar à salvação, não só o homem, mas todos os seres e tudo o que existe, porque tudo o que constitui o nosso universo físico-dinâmico-espiritual é o resultado da queda e deve ser remido, com o regresso ao seu estado originário de S.  Tudo isto implica como explicamos no livro Deus e Universo, um trabalho de evolução de dimensões, que representam os diferentes planos ao longo dos quais tudo o que existe se ajusta ao seu nível de existência.

A obra de transformação ética, mental e espiritual, que o homem concebe como conteúdo da evolução, começa a aparecer com a consciência no nível humano, da qual encontramos as primeiras tentativas nos exemplares de vida mais atrasados. nos animais. e mais atrás, nas plantas  Mas este plano humano é apenas um dos tantos planos de existência, e o trabalho evolutivo do homem é só uma forma dos tantos trabalhos evolutivos que têm de cumprir todos  os tipos de existência.  Relativamente  ao ponto onde o homem está situado ao longo do imenso caminho, há infinitas outras posições, mais ou menos adiantadas.  O percurso todo vai do pólo extremo representado pelo AS, ao outro extremo representado pelo S.

Realiza-se assim a maravilha do endireitamento, pelo qual o processo evolutivo transforma o caos em ordem, a matéria em espírito, o determinismo em liberdade, o mal em bem, a ignorância em sabedoria, a imperfeição em perfeição, a revolta em obediência. o inferno em paraíso, o ódio em amor, o sofrimento em felicidade, a morte em vida etc. Não se trata de uma absurda derivação nova, do mais em relação ao menos, mas de uma restituição ao estado de origem daquilo que antes já existia; é um endireitamento na positividade, de um universo emborcado na negatividade. Então, além da pequena redenção do homem pela ética das religiões, há esta muito maior redenção cósmica, que leva à salvação tudo o que existe, individuado em todas as formas do físio-dínamo-psiquismo que constitui o nosso universo. Este é o fenômeno que aqui quisemos observar, numa visão sintética, representado na expressão gráfica de nossa figura.