A solução do problema econômico. O trabalho função social. As etapas da realização do Evangelho e o direito de acampar direitos.

Com o afirmar-se dos princípios acima referidos, nasce um novo regime de vida no qual não há mais lugar para o rico ocioso, explorador do trabalho dos outros, porque é admitido a apenas o rico que cumpre uma função econômica complementar a do pobre. Isto é natural numa sociedade que chegou ao seu estado orgânico baseado, não na luta, mas na cooperação. Nesta sociedade também o rico terá o seu legítimo lugar por exercer nela funções fundamentais baseadas numa real competência com tarefas diretivas, criadoras de progresso em cada campo, elevando desse modo, o nível  de vida deste mesmo consócio social.

O regime de luta, de todos contra todos absorvia no passado todas as energias e todo o interesse humano, de modo que não restava margem para poder levar na devida consideração o valor produtivo do trabalho. A solução do problema econômico não se pode obter com o velho sistema da guerra entre ricos e pobres, e sim com o de canalizar todas as energias em direção a um trabalho produtivo, fonte de efetivo bem estar geral. É esta a posição sadia que se harmoniza com as mais importantes leis da vida, sobretudo com a da justiça social, que acabamos de considerar.

Somente hoje é possível se chegar a referida solução do problema econômico. O Evangelho não o podia resolver, porque naquela época o trabalho era tido como uma condenação digna de um escravo, e não um meio de produção; aquele trabalho, pois, não podia servir como meio para elevar o nível de vida do pobre, sendo insuficiente o recurso à esmola ou à beneficência para solucionar este problema. Este é um meio que não passa de um paliativo para suavizar a inimizade entre rico e pobre e tornar menos difícil sua convivência. Permanece de pé o desagrado do pobre pela sua miséria e do rico que o deve sustentar. O pobre, assim, fica pobre e o rico carrega nas costas um parasita improdutivo, socialmente negativo.

Hoje pode-se pôr o problema de um modo mais inteligente. Em vez de se gastar energias preciosas para se disputar os bens existentes, deverão ser as mesmas empregadas para a produção. Pode-se, dessa forma, alcançar uma maior abundância — mesmo se não igualmente distribuídas — quando, como consequência de uma maior produção, há maior riqueza para todos, porque juntamente com a miséria do pobre é eliminada a sua agressividade contra o rico e reduzido o peso do seu parasitismo social. Só com o trabalho se pode liberar o pobre da escravidão de mendigar e o rico do descalabro de só consumir sem nada produzir. O trabalho é o novo e único sistema para resolver o problema econômico em substituição dos outros sistemas como a escravidão e a beneficência. Só assim poderá o pobre adquirir a dignidade do ser humano e ao mesmo tempo, sua independência econômica. Evita-se deste modo o ócio que é um mal para todos, porque se ele arruína o rico, arruína também o pobre que se faz manter, ficando ambos igualmente parasitas.

   Não há dúvida, pois, de que uma riqueza subtraída do rico e subdividida entre muitos pobres não enriquece ninguém, deixando todos na miséria em que, também, o rico fica empobrecido. A vida exige um incessante reabastecimento que só pode ser proporcionado por uma contínua produção e não por uma reserva que rapidamente se esgota. A sociedade necessita de homens livres e responsáveis, ativos e auto-suficientes, protegidos por todas os previdências sociais e não de homens mantidos vitaliciamente, à custa do trabalho dos outros.

Por isso, não é tanto pela distribuição da riqueza existente, insuficiente para todos mas pela produção, de modo que resolva o problema de todos. Eis que o problema fundamental é o mesmo, exigindo igual solução, tanto para o capitalismo como para o comunismo, por se tratar de uma lei econômica, superior a toda e qualquer distinção partidária. Razão pela qual ao esforço da luta devera substituir-se um trabalho mais pacífico e produtivo, o qual representa efetivo progresso em direção a uma civilização mais avançada. Abre-se assim o caminho para a conquista dos direitos do pobre. De forma que, se, numa primeira fase deste fenômeno só o patrão tem todos os direitos sobre o escravo que não tem nenhum, numa segunda fase é o patrão que concede ao pobre o direito de ser beneficiado e este, por sua vez, o conquista com o beneplácito do patrão. Numa terceira fase o pobre, com o seu trabalho adquire o direito a sua recompensa e trata o patrão de igual para igual. Numa quarta fase a técnica tornará sempre menos pesado e mais fecundo o trabalho do pobre, que se elevara a um nível de vida cada vez mais alto, não só na esfera econômica, mas, também na cultural e espiritual.

O pobre poderá ter todos estes direitos porque terá primeiro cumprido o correspondente dever de trabalhar e produzir. Nem poderá queixar-se porque, ao lado dele e como ele, também o rico trabalha e produz. Assim a injustiça do parasitismo e em ambos os casos eliminada. Quando dizemos dever de trabalho produtivo para a coletividade: não entendemos apenas o dever do pobre, mas também o do rico, mesmo se num diverso campo de especialização, como é necessário numa sábia distribuição do trabalho. Cada um para adquirir o direito de pertencer à coletividade, deve oferecer sua contribuição pessoal, isto é, cada um deve colaborar no campo da sua competência específica. Trata-se de um novo sistema de vida, no qual a atividade de cada um não é um trabalho de tipo individualista para finalidades egoísticas, mas um trabalho que se integra no de todo o organismo social, como um seu elemento constitutivo. Então quem mais comanda tem mais deveres e maiores responsabilidades, porque tem mais direitos, dispõe de maiores meios e de maiores conhecimentos, ao mesmo tempo em que lhe cabe cumprir a importantíssima função social de dirigir e impelir para a frente, materialmente e espiritualmente, todos os outros.

Hoje começa-se a compreender que o método do assalto à riqueza para roubá-la aos seus detentores é contraproducente porque estes sabem defender-se, que a tentativa não só é de êxito duvidoso mas leva, inevitavelmente, a uma luta arriscada e deletéria para todos. No passado, quando havia dois cães disputando o mesmo osso, um dos dois matava o outro e comia o osso sozinho. Hoje tende-se a reduzir o dano com a busca de um segundo osso, de modo a evitar que cada cão tenha de matar o outro ou correr o risco de ser por ele morto. Hoje, pelo contrário converte-se razoavelmente tal esforço no sentido da produtividade. Este sistema convém ao pobre, porque por via pacífica pode o mesmo chegar ao bem estar, com menos esforço e sem muito arriscar, assim como convém ao rico que, indo ao encontro do pobre e ajudando-o a trabalhar e produzir, não corre o risco de ser por este liquidado. Impõem as leis da vida que para a solução de um problema se escolha o caminho do menor esforço e de maior rendimento. Procura-se assim alcançar o maior resultado possível aquilatando o esforço de maneira a evitar um maior dispêndio de energias. Como vimos, tende-se, assim, nos países mais civilizados, a substituir, na conquista da riqueza, o método do assalto com a violência pelo método pacífico da organização do trabalho e produção. A vida, sendo utilitária, já tende por sua conta a esta transformação que abranda a luta, prova esta de que a evolução conduz a um melhoramento. Vê-se, então, como o preceito evangélico: "ama o teu próximo" tenha antecipado os tempos modernos.

Tal treinamento da vida, no plano humano, tende a agrupamentos em unidades sempre maiores, o que implica em levar a sociedade para o estado orgânico. Eis que o Evangelho, ensinando, pela máxima do amor recíproco, o sistema da cooperação, tende ao mesmo resultado. Tudo isto confirma a lei de evolução, a qual leva inelutavelmente a sua atuação. Nesta mesma linha de desenvolvimento da vida, inseriu-se o Cristo quando — com base no princípio do Amor — iniciou o seu movimento de justiça social, impulsionando os homens em direção a um estado de recíproca compreensão e colaboração, ou seja, para um estado orgânico e unitário da sociedade. É sobre esta mesma linha de evolução que se colocam os ricos hoje em dia, pois numa prova de maior perspicácia, compreenderam que para eles é bem mais conveniente proceder com justiça para com os pobres, favorecendo o movimento da sua ascensão, do que ficar expostos a sofrer periodicamente o impacto de revoluções sangrentas, como direta resposta às injustiças perpetradas. Verifica-se que hoje a luta contra a miséria não é mais entregue à iniciativa esporádica de algum filantropo, pois compreendeu-se que o mal tem de ser curado. Mesmo sem pôr em dúvida o poder da Divina Providencia, prefere-se, hoje, procurar resolver o importante problema pelo caminho da organização social que prevê, provê, educa e regula a reprodução demográfica, dirige e faz render o trabalho. Eis que hoje encontrando-se o homem num grau mais avançado de evolução pode realizar uma maior aproximação do que as antecedentes, na execução do princípio de justiça, numa forma que não era viável nos tempos de Cristo. O Evangelho marca, assim, uma primeira etapa deste caminho, a qual outras mais avançadas se sucederiam por lei de evolução. É assim que a Lei e os métodos do S se realizam cada vez mais na Terra. Cristo moderou seu programa de ação renovadora pelas capacidades de atuação do mundo de então. Que Ele tivesse enveredado pelo caminho certo comprovam-no as posteriores etapas do progresso fazendo com que Suas ideias germinassem e operassem as mais elevadas conquistas sociais de nossa era, impensáveis sem aquela semente.

Não se pode negar que todo o movimento moderno em favor da justiça social encontre o seu primeiro germe no Evangelho. No jogo das compensações que levou avante o programa desta grande meta, Cristo introduziu com a sua pregação o fator espiritual na vida pública. A prescindir do fato de ser este fator alcançável a longo prazo, ninguém poderá negar que o mesmo redundou em poderoso momento para o desabrochar da teoria da justiça social, sobre bases que — apesar de metafísicas e sobrenaturais — penetravam contudo na mente do povo. Com efeito, Cristo oferecia um novo poder aos deserdados apontando-lhes um Deus que estava ao seu lado, para defendê-los e fazer-lhes justiça. Os Romanos tinham a seu próprio serviço os Deuses pagãos dentro de uma religião concebida para uso da classe dirigente. Em Cristo os escravos encontraram um Deus próprio, um Deus protetor de todos os pobres para compensa-los da prevaricação dos patrões e dos ricos. Assim a afirmação que estes devem ajudar aqueles torna-se um princípio religioso, um mandamento de Deus, coisa que, mesmo se irrealizável, já representava um direito absoluto. Formou-se assim e ficou, mesmo que ao estado potencial, uma carga mental de impulsos reativos tendentes a realizar (como se dará mais tarde) os ditames de Cristo em matéria de justiça social. Eles estabelecem o dever, por parte dos ricos, de dar e o direito, por parte dos pobres, de receber.

Esta ideia é como uma semente deixada cair na Terra e assim entrou na vida que depois a desenvolveu, uma semente destinada a converter-se em arvore e a dar frutos mais tarde. Com isto traçou o Cristo uma trajetória em cuja órbita a humanidade se colocou e continuara a mover-se até o seu ponto de chegada que é a realização da justiça social. Também esta é um fenômeno da evolução, um transformismo em contínuo desenvolvimento. Tudo é história, não certamente um fato estático, mas um incessante transformismo, pois qualquer imobilidade seria arrastada pela corrente vital e universal. Assim sendo é fatal e conforme a Lei de Deus que as religiões nasçam e morram sendo substituídas por outras.

Eis como se desenvolve a primeira ideia evangélica da justiça social. Uma vez declarado o dever dos ricos de dar, e o direito dos pobres de receber, é breve o passo desta afirmação por outra, em que o rico não cumpra o seu dever de dar, o pobre poderá fazer valer o seu direito de receber, de modo que aquele dever seja cumprido. Por isso, hoje vemos surgir a Igreja dos pobres como surgiu o comunismo. No passado o pobre era um subdesenvolvido incapaz de fazer valer os seus direitos, sem outra alternativa além da esperança do Céu com a qual as classes possuidoras de bens o consolavam. Hoje o pobre despertou, e por ser mais evoluído, tomou consciência dos seus direitos proclamados por Cristo, e esta pronto a fazê-los valer na Terra, sem se ocupar em demasia do Céu. Perante este desenvolvimento, Cristo pode ser considerado o iniciador de um movimento milenário de redenção das massas.

Breve é também a distância que separa esta afirmação da outra, pela qual, uma vez reconhecido no indivíduo o direito à  justiça social e o de fazê-lo valer, deduz disto o direito de recorrer a revolução, no caso em que tal direito seja conculcado. Verifica-se, assim, que a transição da fase teórica à fase prática procede "pari passu" com a aquisição, por evolução, das qualidades necessárias para a atuação do princípio da justiça social.

Isso acontece conforme os planos da vida, porque não se pode admitir que as afirmações do Evangelho tivessem que permanecer apenas como compensações teóricas realizáveis a longo prazo no longínquo reino dos Céus. Impunham as leis da vida que — uma vez alcançadas as condições necessárias — aquelas afirmações do Evangelho tivessem que se realizar. Se assim não fosse, dever-se-ia recorrer ao absurdo de admitir que elas não passassem de um falatório vazio para enganar os ingênuos.

Exigem, com efeito, as leis da vida  que a evolução se faça em direção ao melhor e que não se deixe de despender o esforço necessário à sua realização. O homem deve bater-se para subir. Então, os princípios do Evangelho hão de combinar-se com tais leis e métodos, o que significa que não podem deixar de se prolongar num verdadeiro trabalho de conquista. A vida não admite afirmações teóricas de direitos a não ser como um antecedente ao qual há de suceder sua realização prática. A vida é positiva e construtiva e nunca se desenrola em vão. O Evangelho permanece no seu posto e no seu tempo assim como as reivindicações operadas pelo homem moderno no campo da justiça social, ficam no seu posto em nossos dias. Então, o Evangelho há de ser entendido como verdadeiro, também hoje, nesta sua fase de desenvolvimento em que o mesmo problema por ele abordado é de novo enfrentado em outra fase mais evoluída de realização.

Dessa forma, os fatos não permanecem abandonados diante das advertências evangélicas, que se valorizam e se desenvolvem. É assim que o pobre de hoje pode encontrar no Evangelho uma autorização a conquista do seu bem estar, urna legitimação do seu esforço para subir. No fundo ele afirma o seu direito a vida, que hoje ele pode fazer valer, por ter alcançado a sua capacidade de conquista e o seu valor lutador, o mesmo que as leis do seu nível biológico exigem para lhe concederem um direito. Neste nível a justiça tem que ser conquistada porque ela é um princípio do S que, para realizar-se, deve vencer as resistências do AS, e cumpre ao homem realizar o esforço necessário para conquistar esta vitória. Cada ideal para impor-se na Terra deve fazer as contas com as leis do AS, esta é a lei da vida.

Neste mundo, quando não se torna força necessária para resolver um problema, não se tem o direito apresenta-lo, porque a mente humana reage negativamente. Assim, no passado, os escravos eram objetos a ser possuídos pelo patrão e não podiam ter direitos. Somente agora se admite que os dependentes possam ter seus direitos reconhecidos pela justiça etc. O mais forte, o patrão, absoluto por direito divino, no campo jurídico e moral, era reconhecido como justo. As leis da vida, ainda animalescas, davam-lhe razão. Eram as leis do seu nível de evolução. Em tempos recuados, situados nos antípodas da justiça social, impunha-se a injustiça institucionalizada, que se apresentava com todas as aparências de justiça, mais que, em substancia, não era senão uma injustiça, organizada em forma de justiça, constituída por leis exclusivamente a favor de uma determinada classe social. Quem fazia as leis e estabelecia a verdade era o vencedor que, por isso, comandava.

No passado, o homem era tão seguro de si que no seu orgulho se julgava a única criatura de Deus, objetivo da Criação, Rei do Universo. Tal homem se julgava tão importante a ponto de se imaginar que o único Filho de Deus teria assumido a sua forma corpórea para fazer-se matar por ele. E isto o homem teria feito para fazer-se por Ele redimir gratuitamente das suas próprias culpas e assim ser salvo à  custa de outrem. Tal homem julgava que tudo tivesse sido criado — plantas, animais e até as estrelas — somente a serviço dele; os primeiros para alimentá-lo e as segundas para alegrar-lhe a vista. Se as galinhas tivessem sido mais fortes a ponto de subjugar o homem, elas teriam acreditado que Deus tivesse criado o homem para servir-lhes de alimento.

Hoje, esta velha forma mental está desmoronando, para dar lugar a outros descortinos. Cada período histórico representa uma fase de desenvolvimento e pode imaginar-se como uma faixa contendo um preponderante numero de exemplares de um determinado tipo biológico. Nos tempos de Roma e das invasões bárbaras prevaleceu o guerreiro, primeiro para construir o Império, depois para invadi-lo. Na Idade Média temos a era dos santos, posteriormente no Renascimento, a dos literatos e dos pintores; no século XIX a dos músicos. Hoje a vida atravessa a faixa da ciência. Esta estabelece o predomínio da positividade e da organicidade, erguendo uma forma mental prática e construtiva em cada campo, que vai das expedições espaciais à organização do trabalho, produção, comércio, economia das Nações, direitos e deveres na justiça social etc. Quem sabe quão mais avançada faixa alcançara a vida nos séculos futuros!

Concluindo, o verdadeiro Evangelho, o mais completo é aquele representado não só pela forma que assumiu nos tempos de Cristo, mas por todas as formas que o mesmo vem assumindo no decorrer dos anos, e que são oferecidas ela vida que caminha. Esta tem seus fins e para alcançá-los adota princípios e métodos diversos, veste-se de varias formas, adaptando-se aos tempos e as condições de ambiente. O seu objetivo é realizar a justiça social, porque isso significa a realização do princípio da justiça da Lei, que representa o S, em direção ao qual avança a evolução. Cristo expressou esta tendência na forma ideal e pacífica das compensações ultraterrenas, enquanto as outras revoluções, até a comunista, expressaram a mesma tendência na forma tangível e violenta de compensações terrenas. Trata-se, contudo, do mesmo princípio de justiça social que se vai realizando sempre mais, como quer a vida, passando assim do Céu à Terra, da teoria a pratica.

Tal fenômeno não é contradição, mas transformação, porque entre as formas sucessivas permanece um fio condutor constante que do mesmo é a alma, o cerne, que neste caso é a vida que avança em direção a uma meta estabelecida, assumindo formas diversificadas em cada fase do seu desenvolvimento. Via de regra olha-se para a forma e não para a substância do fenômeno. Mas este permanece o mesmo. E sempre a justiça social que avança, trata-se sempre da progressiva realização do mesmo princípio. O mesmo sucede com a pessoa humana. Ali existe o eu individual que é a alma do fenômeno e funciona como fio condutor constante, sempre o mesmo, embora mude sua formar de criança a adulto, a velho. Também neste caso há um só fenômeno representado pela vida que caminha, pois o menino, o adulto e o velho são as três fases da mesma verdade em evolução.

Estamos no mundo do relativo e ninguém pode subtrair-se ao transformismo. Então de toda a verdade não vemos senão momentos sucessivos, e ela é dada pela soma de todas as verdades relativas, cada uma das quais se vai transformando na seguinte, é verdadeira em .relação ao seu tempo e ambiente, mas não é verdadeira em outro tempo e em outro ambiente. E quando ao longo do caminho da evolução uma verdade fica velha e superada, a vida a rejeita porque não lhe serve mais e procura outra para substituí-la.