Caminhar - No meio de tanto progresso, cada um caminha  mudo dentro de si mesmo, a sorrir dentro de uma máscara de cortesia, que esconde seu fardo de males secretos.

Durante milênios o homem foi acumulando um fardo bastante pesado de erros e fracassos, por isto aprendeu a superar seu passado pecaminoso, sorrindo por fora e amargurado por dentro.

O que nos irmana é o fato de sermos todos viandantes ao longo da ilimitada senda evolutiva. Uns CAMINHAM mais depressa, outros mais devagar. Imóvel, ninguém pode permanecer.

São as pedras da grande estrada, que, não obstante, ensinam a CAMINHAR.

Para evoluir, temos de saber contornar as pedras que surgem em nossa estrada e são muitas, pequenas e grandes.

 

Caminho - À nossa frente há sempre um caminho virgem, onde teremos oportunidade de endireitar o passado.

A revolta, que nos parece o CAMINHO da fuga, é o caminho da condenação.

A reflexão na hora da revolta pode evitar o arrependimento depois.

Cada um pode escolher seu CAMINHO; porém, todos temos de viver dentro da Lei.

Em relação à meta final, Deus, todos estamos igualmente a CAMINHO.

Este é o CAMINHO marcado para todos: nascer, viver, morrer, renascer, tornar a viver e morrer outra vez, levados para um lado ou outro do dualismo da existência, expe-rimentando, evoluindo, reconstituindo-se, a si mesmos, até aprender toda a lição da Lei e reintegrar-se em espírito no seio de Deus.

Nós próprios somos os construtores de nós mesmos, cooperando com a contínua obra criadora de Deus. Nunca estamos sozinhos. Todas as outras formas de existência estão junto de nós e vão avançando conosco no mesmo CAMINHO.

O CAMINHO ascendente transforma o homem em super-homem, a força em justiça, o mal em bem.

O CAMINHO da redenção é áspero, estreito e semeado de espinhos.

Este caminho conduz ao Sistema, a Deus, enquanto o do mundo afasta ainda mais do Sistema, de Deus.

O CAMINHO não é, pois, percorrido em sentido espacial mas, sim, em sentido evolutivo.

O farol indica, mas não percorre o CAMINHO.

Ousai abandonar os velhos CAMINHOS, mas não ouseis loucamente, onde não há razão para ousadias; ousai na direção do alto e nunca ousareis demasiadamente.

Para resolver os problemas, o CAMINHO não é a violência e a imposição, mas a harmonia e a obediência à Lei.

Se buscarmos as causas de nossos problemas, vamos encontrá-las no espírito, geradas nesta vida ou em vidas pretéritas, por isto que os problemas, equacionados com os recursos que a Lei nos oferece, serão resolvidos com paz e harmonia.

Todo ser humano traça, com as mãos, no livro da vida, o seu CAMINHO, de inferno ou paraíso.

Triste e longo é o CAMINHO de lágrima e sangue; mas, superada a prova, o destino atinge a meta.

Capital - Em vosso mundo não existe acordo entre CAPITAL e trabalho. Esses dois extremos do campo econômico deveriam estender-se as mãos como irmãos.

O  dia que  houver harmonia entre capital e trabalho o mundo será mais fraterno.

O sonho de arrasar o CAPITAL para proporcionar a subida do proletariado, sumamente inadaptado em sua inconsciência para qualquer função dirigente, significa secar a fonte de riqueza para todos.

Carma - Quando alguém faz parte de um carma coletivo, é porque fez por merecê-lo.

Não há efeito sem causa, livre-arbítrio e determinismo.

Casamento - Pode existir o mais regular dos casamentos, entretanto, sem os elementos fundamentais do matrimônio, Amor e compreensão recíproca, apesar de formalmente perfeito, é apenas um acasalamento físico-animal.

Enquanto a paixão carnal estiver acima do Amor recíproco, haverá sempre problema na família que foi mal construída. O verdadeiro Amor é o que mantém a união do casamento.

Castidade - A castidade é adequada e dá resultado somente para os maduros à superação, podendo, então, ser coisa sublime.

A abstinência sexual só é virtude se houver construção no espírito, que se consegue com esforço e tenacidade, Amor e sabedoria.

A CASTIDADE é útil quando serve para criar um amor maior e não quando serve para matá-lo, atrofiando na frieza e na indiferença os nobres impulsos do coração.

Causa - A lei de causa-efeito liga de maneira incindível: passado, presente e futuro, num único fenômeno em continuação. No passado, encontramos o material já adquirido, que utilizamos para construir o presente; no presente, podemos juntar ao velho material outro novo para construir o futuro, sempre melhor se quisermos progredir.

Um futuro de glória espiritual pode ser construído no presente com Amor.

O homem se irrita contra os efeitos, mas continua a semear as CAUSAS.

Quando semeamos as causas não pensamos nos efeitos, se estes chegam nem recordamos de suas causas. Só os mais evoluídos não semeiam as causas aleatoriamente.

Os dois momentos, CAUSA e efeito, não surgem ligados por uma relação de igualdade.

Nem sempre um erro é pago com a mesma moeda. Há muitas maneiras de se fazer a quitação do débito contraído perante a Lei.

Centelha - A originária centelha espiritual está envolta nas trevas da forma-matéria, da qual deve, evoluindo, ressurgir, libertando-se dela.

O ser para nascer neste mundo precisa da forma física (matéria). Libertar-se dela, só através da evolução e o caminho é o do Evangelho.

Centro - Como Deus no universo, assim é no homem, o Eu Sou está no centro e em todo ponto do seu sistema.

Cada um cria para e em torno de si um sistema de vida, do qual se faz centro.

O CENTRO está no íntimo das coisas, no íntimo de nós.

Cérebro - O cérebro é um instrumento de registro só de impressões sensórias terrenas, e não vai além de sua coordenação racional.

O CÉREBRO, pois, não pode conter outra memória além daquela de sua vida, antes da qual ele não existia e depois da qual se desagrega.

Céu - A idéia de céu, de Reino de Deus, traduzida em termos positivos e racionais, significa altura alcançada ao longo da escala ascensional da evolução, em direção ao S (Sistema).

Repetindo: altura aqui não espacial.  

Não vos ensino a gozar das coisas terrenas porque são ilusórias; indico-vos as alegrias do CÉU.

Quem vence na Terra perde a partida no CÉU e quem vence no céu a perde na Terra. Cada um faz a sua luta e a vence no seu próprio nível. Ou se realiza no plano humano ou no plano super-humano.

Sem mérito e justiça, nada se recebe do CÉU.

Temos um Chefe no CÉU. Ele não traz senão a paz, o Amor, o respeito a todas as crenças.

Chefe - O chefe, condutor de povos deveria ser um tipo biológico mais evoluído que a média, emergindo, portanto, da massa do povo, mais apto ao mando sobre ele, a fim de dirigi-lo para metas superiores.

Os CHEFES têm os povos que merecem e os povos têm os chefes que merecem.

Ciência - A ciência, por ser agnóstica e ignorar os últimos fins do transformismo da vida, não consegue reconhecer o biótipo evoluído, o porvir da evolução.

Enquanto a ciência não reconhecer a existência de Deus e do psiquismo de cada ser, não reconhecerá a evolução espiritual que faz a diferença de um biótipo para outro.

A CIÊNCIA não pode fazer calar a grande e sábia voz da natureza.

Porque é impotente para fazer calar a voz de Deus, Criador de Tudo e está em todo o universo.

A CIÊNCIA pode ser sagrada como uma oração, como uma religião, se for conduzida e compreendida com pureza de espírito.

A CIÊNCIA representa, depois do Budismo e do Cristianismo, um novo grande passo à frente no caminho da evolução espiritual.

A fé, com o sentimento e a intuição, desempenha a função de revelar realidades espirituais inacessíveis à razão, lançando pontes para o futuro da evolução, da CIÊNCIA.

A verdadeira CIÊNCIA, a profunda ciência que toca a verdade, só é atingida pelas vias interiores.

CIÊNCIA nova, conduzida pelos caminhos do amor e da elevação espiritual, é a ciência do super-homem, que está para nascer e fundará a nova civilização do terceiro milênio.

Na Idade Média, tivemos a era dos santos; poste-riormente, no Renascimento, a dos literatos e dos pintores; no século XIX, a dos gênios da música. Hoje a vida atravessa a faixa da CIÊNCIA.

O ateísmo da CIÊNCIA, hoje bem diferente, não é uma negação de Deus, mas é apenas a negação do Deus de tipo antropomórfico, que as religiões construíram para uso das massas atrasadas, que exigiam uma tal imagem porque dela necessitavam para seu próprio uso e consumo.

Quando se assume a forma mental de S (Sistema) e AS (Anti-Sistema), a separação entre CIÊNCIA e fé, entre materialismo e religião, entre ateu e crente, perde a importância.

Sistema (S) são as qualidades positivas que temos em estado latente, dadas por Deus, e Anti-Sistema são as qualidades negativas que adquirimos com o nosso afastamento de Deus, com essa visão acaba qualquer tipo de divergência.

Civilização - A verdadeira civilização está mais dentro do que fora de nós.

Caminhamos para uma nova CIVILIZAÇÃO do espírito, para a nova civilização do terceiro milênio.

Uma civilização é constituída de almas em evolução.

O desenvolvimento e o esforço da inteligência criam as CIVILIZAÇÕES.

Civilizado - Nós nos consideramos CIVILIZADOS em relação às feras e aos selvagens, mas poderíamos ser considerados selvagens para seres mais evoluídos; e selvagens nos julgaremos a nós mesmos, amanhã, quando tivermos progredido mais.

Os homens CIVILIZADOS se enobrecem nos pensa-mentos e nos atos.

Comunismo - A divisão mundial entre capitalismo e comunismo torna-se problema secundário perante o problema fundamental que, no plano econômico, é o de produzir.

Se os dois sistemas, capitalismo e comunismo, fossem igualmente ricos não haveria antagonismo. A divergência não é apenas ideológica, mas de riquezas. Na Terra ainda tem mais poder, a nação que tem mais recursos, porque mais produz.

O que dá razão ao Capitalismo é a imaturidade do homem, para saber comportar-se, coletivamente. O que não dá razão ao COMUNISMO é a necessidade de recorrer à força para poder aplicar justiça social.

Se o Cristianismo tivesse realizado o programa evan-gélico, teria havido um COMUNISMO baseado no amor e não no ódio de classes, um Comunismo de paz e não de guerra.

Se os cristãos tivessem sido verdadeiros cristãos, como o foram nos primeiros séculos, o COMUNISMO não lhes poderia ter roubado a ideologia da justiça social, que é a sua maior força, e as massas não estariam do seu lado.

Conhecimento - É inebriante beber na taça do conhecimento.

O conhecimento é uma bagagem que fica incorporado ao espírito, armazenado no subconsciente para ser  usado nesta ou em outras vidas.

O CONHECIMENTO é um estado vibratório de sintonização que se alcança harmonizando-se pelas vias da bondade, da ascensão espiritual.

Os vários graus de CONHECIMENTO que a evolução nos oferece alcançam-se com tipos variados de inte-ligência, proporcionados ao nível biológico conquistado pelo indivíduo.

Para resolver o problema do CONHECIMENTO é necessário atingir a universalidade do eu.

Quem possui mais CONHECIMENTO, mais sabe e mais autoridade tem e, consequentemente, não tem mais direitos e sim mais deveres.

Consciência - A consciência conduz à ordem, à adesão à Lei; a inconsciência conduz à desordem.

Por isto é bom viver conscientemente.  

A CONSCIÊNCIA é a percepção externa, razão, análise, finito, relativo, dimensão a (alfa), a fase da vida, que se culmina no psiquismo humano.

Amplia-se a visão do universo à medida que a CONSCIÊNCIA evolve.

É chegada a hora de despertardes à luz de uma CONSCIÊNCIA maior.

É uma boa exortação de Sua Voz.

É preciso entender que o exame de CONSCIÊNCIA, que se faz diante da Lei de Deus, é diferente do que se faz diante das leis humanas.

O exame de consciência diante da Lei é um hábito saudável que contribui e muito para a nossa evolução.  

Infelizmente, vosso concebível se restringe aos limites de vossa CONSCIÊNCIA, que só se comunica com o exterior pelas portas estreitas de vossos únicos cinco sentidos.

Isso acontece porque ainda estamos presos ao Anti-Sistema, à matéria, com a evolução alcançaremos a super-consciência (intuição).

Para não ouvir a voz da CONSCIÊNCIA, que nos adverte, tentamos aturdi-la.

A consciência é um aguilhão que nos acompanha em toda parte. Não ouvimos hoje, poderemos não ouvir amanhã, mas essa voz jamais ficará sempre calada.

Para que se possa estabelecer o contato com a fonte, é necessário que a CONSCIÊNCIA  se sensibilize.

Quando há equilíbrio dentro da CONSCIÊNCIA tranquila, diante de Deus, as reviravoltas exteriores têm pouco poder.

Se a CONSCIÊNCIA nos condena, de nada nos vale haver conquistado os aplausos do mundo.

Viveis para conquistar uma CONSCIÊNCIA cada vez mais ampla. O homem, rei da vida no planeta Terra, conquistou uma consciência individual própria, que constitui prêmio e vitória. Agora está construindo outra mais vasta: a consciência coletiva que o organiza em unidades nacionais e se fundirá numa unidade espiritual ainda mais vasta, a humanidade.

Vossa CONSCIÊNCIA latente é vossa verdadeira alma eterna, existe antes do nascimento e sobrevive à morte corporal. Quando, ao avançar, a ciência chegar até ela, ficará demonstrada a imortalidade do espírito.

Consciente - Podemos conceber o consciente como suspenso entre duas zonas de inconsciente: uma, evolutivamente inferior, que chamamos de subconsciente; e outra, evolutivamente superior, que chamamos de superconsciente.

Subconsciente, onde estão acumuladas as experiências adquiridas nesta vida ou nas pretéritas; consciente, são as experiências atuais pelos atos praticados; superconsciente é o futuro que nos espera, alcancável pela intuição.  

Corpo - A maioria não sabe pensar senão fisicamente, com movimento do corpo e da boca.

O passado milenar e as atribulações do dia a dia nos levam a falar sem refletir, ficamos entregues ao subconsciente; com o progresso espiritual, sentimos necessidade de controlar o subconsciente, quando deixaremos de pensar fisicamente.  

                                                                                                                                                                                                                                                             

Cada ser humano não poderá nascer senão num CORPO adequado ao desenvolvimento psíquico do espírito animador. Não poderá nascer num corpo de animal.

A preocupação da Lei que nos governa é o nosso desenvolvimento espiritual, por isto o corpo é adaptado ao espírito. O espírito não retrograda, a evolução também não.

É uma doce ilusão poder conquistar o céu sem incomodar o CORPO.

O paraíso só se conquista com esforço, sacrifício e muita disciplina, e o corpo é o meio de manifestação do espírito quando reencarnado.

No homem normal domina o CORPO, no evoluído domina o espírito.

O ser humano normal, ainda involuído, é escravo da matéria, enquanto o evoluído é o senhor da vida.  

O CORPO humano pode dividir-se em três planos: 1) Parte inferior: dos pés ao ventre, que constitui a animalidade. 2) Parte média: corpo e coração que representa o sentimento. 3) Parte superior: cabeça e cérebro, que representa a alma e a personalidade.

Correntes - As correntes puras não descem ao nosso plano para curiosidade científica.

Elas contêm revelações que permanecem como alavancas para fazer avançar a humanidade.

Criação - A característica fundamental da criação é o amor, qualidade pela qual se exprime a natureza de Deus, princípio de que derivam todos os outros, primeiramente a liberdade do ser e, depois, as outras, como o bem, a bondade, a harmonia, o poder, o conhecimento, a beleza, a felicidade etc., em suma, tudo o que de mais belo e melhor o ser possa imaginar.

       

A CRIAÇÃO alcançada com o S (Sistema) é perfeita obra de Deus, por isso não se pode identificar com o nosso universo, pois este se apresenta com caracteres opostos. Este é material enquanto o S (Sistema) é espiritual.

A CRIAÇÃO não pode ser derivada senão da própria substância de Deus. Nós podemos criar coisas novas tomando uma substância fora de nós, porque somos uma parte do todo. Mas se nós fôssemos tudo, teríamos que retirar a substância de dentro de nós mesmos.

Não temos sabedoria, nem poder para criar a substância, que somos nós mesmos. Mas podemos criar algo fora de nós. É possível criar peixes, aves, plantas, mas é impossível dar-lhes vida.

A primeira, única e verdadeira CRIAÇÃO não foi uma CRIAÇÃO do nada, mas uma emanação do seio de Deus, de puros espíritos, em que Deus, o “Eu Sou” Uno, criador, quis refletir a Si mesmo, nela amando uma Sua diversa individualização em miríades de “eu sou”. Suas criaturas.

Cada um de nós é um "eu sou" menor, porque somos centelhas de Deus, somos substância de Sua substância. Deus é um "Eu sou" maior (infinito), Que nos criou.

A que o homem chamou de CRIAÇÃO, diz respeito a forma-matéria, que é para ele a própria realidade. Tal criação é o resultado do processo involutivo espírito-matéria, que representa o desmoronamento de uma parte do universo espiritual (S – Sistema) criado por Deus, para dar origem ao universo físico.

A verdadeira CRIAÇÃO foi única, a dos espíritos puros, isto é, a que Deus realizou em seu seio, distinguindo-se interiormente em muitos “eu sou”, feitos à Sua imagem e semelhança. O nosso universo físico não foi uma CRIAÇÃO, foi um desmoronamento da CRIAÇÃO.

Se a criação dos espíritos não fosse única, onde estaria a onipotência, a onisciência e a onipresença de Deus?

Chama-se CRIAÇÃO contínua justamente esse trabalho de reconstrução, indispensável para que seja possível continuar ainda a existir no seio das forças negativas do Anti-Sistema.

Criação contínua é a criação neste mundo. Cada nascimento é uma criação. Cada espécie dá origem a mesma ou a outra espécie.

É certo também que a CRIAÇÃO é progressiva, mas não no sentido de uma nova criação, porque tudo já estava e está em Deus, e a Deus nada se pode acrescentar, como Nele nada criar ou destruir.

Em nosso mundo, encontramos a desordem, a ignorância, o erro, o mal, a dor, a revolta, a morte e todas as qualidades negativas. Uma tal CRIAÇÃO assim imperfeita, não pode ter sido obra de Deus.

Se Deus era Tudo, é lógico que a CRIAÇÃO não podia ocorrer fora de Deus, mas só dentro Dele.

Se Deus criou  tirando Dele mesmo, transubstanciando-Se, Ele está na criação. Logo Deus está em nós.

Criador - Em outras palavras, a imanência não é senão a permanência do Criador na Sua criação, pelo que Deus permaneceu presente, quer no sistema, quer no Anti-Sistema.

Um bom pai, amoroso, não se separa dos filhos mesmo depois de emancipados. Se o filho erra, procura ajudá-lo. Como Deus poderia estar fora da Sua Criação? O Criador está na criação, é o Deus imanente. É o Monismo de A Grande Síntese.

Criança - A criança nasce com uma personalidade já feita e com ela reage e se adapta ao ambiente.

Os instintos que guiam a CRIANÇA são o resultado de longa experiência passada, que emergem do inconsciente em que foram armazenados.

Criatura - A criatura foi criada feliz, com a condição de obedecer à Lei. Saindo da Lei, ela saiu da felicidade para entrar na infelicidade.

Cristão - Pode-se ser formalmente ótimo católico ou crente de qualquer religião e substancialmente péssimo cristão.

Se perguntarmos a qualquer CRISTÃO que professe o Evangelho, se acha mais seguro ter merecimento da parte de Deus ou dinheiro no banco e bens pessoais, poderemos estar certos de que, se nas palavras proteste o contrário, nos fatos dará prova de ser sua fé e confiança baseadas nos bens e não nos méritos.

Cristianismo - Não condenamos o Cristianismo. Reconhecemos que ele não podia fazer mais do que fez, porque não há religião que possa permitir ao homem sair, de súbito, do seu nível evolutivo sem ter de obedecer às leis que nele vigoram.

Quando compreender-se que cada um vive e age de acordo com seu nível evolutivo, reinará mais fraternidade entre os homens. Essa tarefa cabe a cada um compreender mais e melhor o semelhante, respeitando o seu nível evolutivo.

Nasceu no seio do CRISTIANISMO um outro mundo completamente anticristão, nos antípodas do pregado por Cristo. Contra o Deus da bondade, do perdão, do amor, prevaleceu o Deus da vingança, da punição, do terror; a religião da inquisição, das fogueiras, dos feiticeiros, das bruxarias, do inferno com os seus diabos.

Cristo - A conduta de Cristo não revela Nele dúvida alguma. Ele sabia que estava com o Pai e que o Pai estava com Ele, constituindo a Sua Lei garantia de vitória.

A diferença entre o ser humano comum e CRISTO, encarnado na mesma forma, só pode ser esta: o primeiro representa a imperfeita expressão do pensamento de Deus, com um espírito que se ofuscou pela queda e corrompeu-se na sua posição periférica que é o seu ambiente devido e merecido naturalmente; enquanto Cristo representa a expressão perfeita do pensamento de Deus com um espírito perfeito incorrupto projetado apenas por Amor e missão de bem à periferia que está nos antípodas da Sua posição natural.

A dor de CRISTO não foi apenas uma representação, mas uma tremenda realidade, foi dor humana porque neste plano existencial Ele estava vivendo. Somente Ele não tinha necessidade de viver e sofrer como nós, tardos para aprender, lentos no progredir, precisando de repouso, porque a natureza não dá salto.  

A função do CRISTO foi, pois, a de fazer descer a Lei do Pai, dos altíssimos planos do Absoluto – tão longe da realidade de nossa vida – até o nível humano, convertendo aquela Lei numa norma moral diretora de nossa conduta.

A grande diferença, entre o modo de viver do mundo e o tão diverso proposto por CRISTO, está no fato de que o primeiro é de tipo AS (Anti-Sistema) e o segundo de tipo S (Sistema).

A idéia de CRISTO é uma semente enxertada no sangue da humanidade, uma semente viva que quer crescer e dentro desta tornar-se grande e ser assimilada.

À medida que o espírito sobe, aos vários planos de consciência correspondem vários planos de conhecimento de CRISTO, os quais são uma revelação progressiva de sua essência divina. No plano sensorial, a consciência não supera a representação concreta do Cristo histórico, do conceito encarnado em forma humana. No plano racional, a consciência crítica procura o divino naquela figura, sem conseguir encontrá-Lo. No plano intuitivo, a consciência encontra, por inspiração na revelação, o Cristo cósmico e compreende que coincide com a Divindade. No plano místico, a consciência sente pelo amor o Cristo místico, e da concepção de Deus passa à unificação com Deus.

Por isto não devemos polemizar a respeito da natureza de Cristo. Cada um O concebe de acordo com o plano de consciência que lhe é próprio. Aqui temos quatro: sensorial, racional, intuitivo e místico, mas existem outros.  

A nós interessa conhecer o CRISTO na sua essência, compreender o significado da sua descida sobre a Terra e a sua paixão, as suas relações com a Lei e com o plano divino da redenção.

A primeira coisa que salta aos olhos de um atento observador de CRISTO-Homem é a Sua coragem viril, Sua revolucionária potência inovadora, Sua capacidade de arrastar as massas.

Apesar de tudo, CRISTO brilha como um farol no futuro. O Evangelho é um fenômeno em evolução, é um caminho para alcançar aquele centro de luz.

Aquele corpo era apenas uma veste temporária, assumida por CRISTO para poder cumprir Sua missão no plano humano, uma veste para Ele não mais aceitável quando de Sua transferência para o S (Sistema).

CRISTO ainda está esperando ser tomado a sério depois de dois mil anos.

Para Cristo ser tomado a sério precisamos conhecer o Seu Evangelho,  usando o referencial do espírito e senti-lo interiormente com o mesmo referencial.  

CRISTO constitui o endireitamento de tudo o que foi emborcado pela Queda e constitui ainda o regresso ao Pai e a reconstrução da ordem violada.

CRISTO é  ¾  além do passado e do futuro. Não surge e não desaparece, não nasce e não morre. Este Cristo vem, não do exterior, em forma humana; a sua chegada se dá no interior, no espírito.

CRISTO é corrente de pensamento sempre presente para o governo do mundo.

Se o mundo fosse mais cristão, seria mais fraterno, viveria em harmonia permanente e duradoura. O que falta aos governantes é descobrir essa corrente de pensamento para melhor governar.

CRISTO é um dos elementos da multidão que constitui a terceira pessoa da trindade. A primeira é Deus no estado de pensamento, isto é, o Espírito. A segunda é Deus no estado de vontade em ação, isto é, o Pai. A terceira é Deus no estado de obra realizada, isto é, a criação.

CRISTO é verdadeiramente um filho de Deus, mas não decaído como nós. Somos também filhos de Deus, mas derrocados no AS (Anti-Sistema).

Cristo não abandonou o Sistema como nós o fizemos, por isto não ficou sujeito ao processo reencarnatório para voltar ao Sistema.

CRISTO era uma personalidade possante e autônoma. Ele quis o próprio sacrifício e não o aceitou de ninguém. Ele obedeceu à Lei porque assim quis e não porque fosse a Lei a impor-Lhe obediência.

CRISTO expôs a síntese de seu programa no Sermão da Montanha.

CRISTO iniciou o plano da justiça social, que ainda hoje provoca tanta luta.

A imperfeição humana ainda não conseguiu alcançar a perfeição divina do plano social lançado por Cristo.

CRISTO não é somente um fato histórico ou fenômeno religioso; é o mais alto acontecimento biológico do planeta, acontecimento perante o qual deverá prestar contas à humanidade, que nunca poderá fugir às leis da vida.

Disse o CRISTO: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida." O Caminho, norma da vida praticada sobre a Terra, para  Deus. A Verdade, síntese do conhecimento, o pensamento de Deus; a Vida, a força do Amor, a unidade das almas em Deus.

CRISTO não quis, diante do povo que Lhe pedia o milagre, salvar-se e descer da Cruz . Cristo não poderia fazê-lo, diante do Pai, que Ele representava. Não o poderia, perante a Lei, que Ele personificava.

CRISTO obedece ao Pai, mas nisso é como se comandasse, porque obedece a si mesmo, pelo fato de que a Sua vontade coincide com a do Pai.

CRISTO pertence a toda a humanidade e nenhuma religião pode possuí-Lo com exclusividade. Não se pode isolar num templo particular, num grupo humano, porque Ele está no centro da biologia universal do espírito.

CRISTO pôde colocar-se no centro porque estava situado, simultaneamente, nas duas diferentes dimensões. Ele vivia em contato com o Pai, isto é, com a Lei ou o S (Sistema), mas, ao mesmo tempo, vivia encarnado em nosso planeta.

O gesto criador de Deus se adoça em CRISTO num amplexo de Amor. O mistério da rendenção é mistério de Amor.

CRISTO veio ensinar o caminho da superação da dor, através da dor e da espiritualização. Antes de Cristo a dor era feroz, terrível, sem piedade. Cristo fez dela a via mestra da ascensão, da liberdade, da redenção.

CRISTO veio ensinar-nos a indestrutibilidade da vida, com a Sua ressurreição.

A ressurreição de Cristo mostrou que Ele é espírito e continua vivo, mesmo depois da morte.

CRISTO viveu a sua paixão, não somente por razões humanas e visíveis, de exemplo, mas também, por uma razão divina e profunda, de expiação, de equilíbrio, de inviolabilidade da Lei. Naquele momento supremo, Cristo não estava somente diante dos homens, mas sobretudo diante de si mesmo e diante da Lei.

Aqui Pietro Ubaldi aplica na paixão de Cristo os dois referenciais: o deste mundo (espaço tempo) e o da Lei de Deus. Crucificação e o cumprimento da Lei. A paixão tem duas partes: a humana e a divina.

CRISTO voltou-Se para o Alto, jogou tudo por tudo e deu Sua vida, porque Ele tinha a certeza de vencer. Esta segurança Lhe vinha de Seu conhecimento da Lei.

CRISTO, cuja descida à Terra, em corpo humano, é um caso e uma prova fulgurante da imanência de Deus no Anti-Sistema em que nos encontramos.

A descida de Cristo à Terra foi a maior prova de que Deus não nos abandonou, quando nos afastamos do Sistema e escolhemos o Anti-Sistema.

É natural e ninguém deve surpreender-se que, pelo fato de ter atingido um mais alto grau de maturidade intelectual, a Humanidade de hoje procure dar uma interpretação do CRISTO mais exata e completa em relação à do passado.

Se a concepção de Cristo varia de acordo com o nível evolutivo, também é natural que em cada período histórico a humanidade tenha sua interpretação. Hoje já é concebível o Cristo cósmico e místico, fora e dentro de nós.

Não se pode compreender CRISTO, aproximando-se Dele com ânimo de historiador, de exegeta, de crítico erudito e sábio. Isto pertence ao exterior e fica de fora. É preciso aproximar-se com ânimo amoroso, porque só a quem ama são concedidas certas compreensões íntimas e profundas: porque o amor é o caminho único da compreensão.

Num mistério de sobre-humana paixão, CRISTO abre dolorido os braços na cruz e São Francisco, no Verna, abre os braços a Cristo.

Verna é o Monte Alverne, local onde São Francisco de Assis, em estado de êxtase e por Amor a Cristo, recebeu os cinco estigmas e os carregou até o fim da vida, como os mais preciosos dons que Deus lhe concedeu.

O CRISTO real é completo na Sua trindade de Cristo histórico, Cristo cósmico e Cristo místico.

O estandarte é CRISTO. O programa é o Evangelho. Os princípios são: Imparcialidade e universalidade.

O pensamento de CRISTO representa o ciclo biológico da humanidade. Ninguém lhe escapa.

Ninguém vem ao Pai senão por mim, disse o Cristo, não existe outro caminho de retorno ao Sistema senão o traçado pelo Evangelho e Cristo está presente ao longo de nossa caminhada.

O verdadeiro CRISTO é uma realidade e uma sensação imensa que repele imagens. É um infinito que se conquista por sucessivas aproximações.

Primeiro o Cristo histórico, depois o cósmico, por fim o místico, que é a identificação com ele.

Os escritores comuns das muitas vidas de CRISTO, fixam-se nos fatos da Sua existência física, sem ocupar-se do drama cósmico que está por detrás dela e do qual esta não passa de uma ligeira emersão em nosso sensível, não podem imaginar que falar do Cristo somente como documentação histórica ou obra literária ou filosófica, é permanecer na superfície de abismos oceânicos.

Quando CRISTO e Pilatos se encontraram, as verdades se fitaram em silêncio.

Cada um tinha a sua verdade, a de Pilatos era a que vinha de Roma, emanada do imperador Tibério César, e a de Cristo era a que o Pai lhe tinha revelado.

Se a sensação de Deus se alcança essencialmente através da mente, a sensação de CRISTO se toca essencialmente através do coração.

Se CRISTO escolheu como missão encarnar-se no nível evolutivo do homem, isto nos revela o Seu desejo de mostrar-nos a técnica da passagem do AS (Anti-Sistema) para o S (Sistema).

Se uma dívida existia, era necessário pagá-la e CRISTO devia ser o primeiro a querer isto. Quem é um elemento do S (Sistema) é também um elemento da Lei, uno com o Pai.

Somente esta concepção cósmica do CRISTO, muito superior à histórica e humana, pode dar-nos o sentido de Sua divindade e de Sua presença.

Trata-se de um CRISTO imanente, próximo, que conosco enfrenta os nossos problemas e nos ajuda a resolvê-los, em vez de desaparecer transcendente nos céus, inalcançável na sua glória; um Cristo orientador da dinâmica da vida, operando junto de nós no imenso esforço criador da era moderna, potencializando-o com os Seus imensos valores espirituais.

Cruz - Devemos carregar a cruz da redenção em nossos ombros, porque é absurdo servirmo-nos dos ombros de Cristo para que seja Ele o crucificado em vez de nós.