Pietro Ubaldi & Nazarius

"S. Vicente, 27 de junho de 1956.

Nazarius,

Finalmente voltando de viagem, achei a sua carta. Vejo que a anterior se extraviou. Não recebi. Você não é culpado por isto.

Tomei nota de seu novo endereço. Ótimo. Chegarei aí no dia 16 de julho. Passarei um telegrama confirmando. Irei de ônibus ou de avião. É possível que eu chegue um ou dois dias antes e me hospedarei em casa de um amigo. Avisarei a você por telegrama.

O meu trabalho no mês de agosto é somente sábado e domingo. Nos outros dias devo afastar-me para fazer meu outro trabalho de escrever, sem encontrar ninguém. Ainda não sei onde vão instalar-me. Você tem aulas em agosto?

Aqui muito trabalho, mas tudo vai bem.

Saudades de todos,

Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO

Queiramos ou não, acreditemos ou não, Pietro Ubaldi foi um fenômeno, como tantos outros que passaram pela Terra. “A vida é dura e séria”, afirmou ele em História de Um Homem. Fazia tudo com uma seriedade impecável. Desde a missão até a amizade com Nazarius. Para muitos, amizade é um acidente na vida, dura enquanto convém a um deles.

Pietro Ubaldi gostava de conservar as amizades, é fácil de notar-se, durante a leitura deste livro, pelo interesse em saber notícias de Clóvis Tavares e Dr. Albano Seixas Filho (ambos apresentados respectivamente nos capítulos doze e dois), da família de Nazarius etc.

Ele foi um fenômeno como escritor, médium, pensador, vida cristocêntrica, virtudes inatas, e tantas outras características.

Na missiva acima se observa a sua preocupação com a data do encontro no Rio de Janeiro, por três razões:

1. Sua vida obedecia a um plano preestabelecido, porque aí observava se era ou não da vontade de Deus o planejamento feito. Recebia os amigos mais íntimos, quando podia, em datas e horários diferentes para que cada visita fosse bastante proveitosa. Quando fazia conferências ou ministrava cursos, tudo era planejado antes;

2. Tinha preocupação com Nazarius que estava iniciando sua vida na Capital. O apoio naquele início era fundamental para o sucesso pretendido. Não era apoio financeiro, mas moral e espiritual. Queria saber onde estava morando, se estava aproveitando bem o tempo para estudar, se foi promovido etc. Se não tinha perdido a fé e a confiança em Deus, se as coisas do espírito não estavam abandonadas etc;

3. Seu tempo era pouco e bem aproveitado. Tinha que ministrar um curso no Rio de Janeiro e planejou o encontro poucos dias antes de começá-lo, o curso duraria todo o mês de agosto. O encontro seria naquela oportunidade ou não aconteceria. Daí a sua preocupação, com a chegada da carta de Nazarius confirmando o período de férias.

Assim, além de ter uma vida metódica e planejada, era dotado de profundo espírito de gratidão a todos os seus amigos. Isto só é próprio das almas nobilitantes. As comuns não conhecem os problemas do espírito.

 

"Ilha de Paquetá, 24 de julho de 1956.

Caro Nazarius,

Agora está tudo combinado. Lembre-se de todas as nossas conversas. Continuemos a confiar em Deus, entregando tudo nas Suas mãos.

Voltaremos, depois do breve descanso, cada um ao seu trabalho. É um viver e a satisfação do dever cumprido.

Agradecemos a Deus, tudo continua correndo bem, não obstante todas as dificuldades que foram vencidas. Você, agora, está a par de tudo. Faça bom uso da confiança e da experiência que lhe foram entregues.

Continuarei o meu caminho de dever e de trabalho. Recomeço a luta. Quando você tiver folga, nas horas tranquilas, lembre-se desta alma cansada que tanto andou e deve ainda andar. Ore a Deus para que lhe dê força de cumprir todo o seu dever até o fundo.

Estamos subindo o mesmo caminho da espiritua-lidade. Na tempestade da capital não esqueça o Cristo. Lembre-se do longo caminho que precisei percorrer para chegar até Ele. Que ele continue nos unindo para sempre.

Deus o abençoe pelo bem que você faz, tem feito e fará. Continue a ser bom e honesto. O fruto será seu. Não procure ser astuto, como os lobos do mundo, que procuram a felicidade onde ela não está.

O seu amigo ficará longe, velando pela sua alma, orando a Deus que o proteja sempre.

Ficamos unidos ao Cristo sob a Sua bênção.

Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO

Pietro Ubaldi antecipou a sua vinda ao Rio de Janeiro, onde Nazarius estudava, aproveitando as férias deste para mais um encontro planejado, nos dias 16 a 24 de julho de 1956. Foram dias fantásticos, sobretudo de fixação de toda aprendizagem, cada vez mais se confirmando a presença de Cristo nos encontros, pela harmonia dos acontecimentos.

No último dia escreveu-lhe a carta acima, para maior reflexão e fortalecimento espiritual do discípulo.

Quando a vontade da Lei se cumpre, ninguém tem o poder de alterar a trajetória do ser. Dois destinos se encontraram e caminharam juntos, o mestre e o discípulo, cada um cumprindo o seu dever. A Lei está acima da vontade dos homens, por isto a amizade permaneceu. As conversas continuaram e as revelações também, quando possível se encontravam e a correspondência continuou até o fim da vida, seguindo o ritmo normal, sempre de acordo com a vontade de Deus. Esta em primeiro lugar.

Nazarius continuou informado de todos os acontecimentos da vida do Professor, dos livros que estavam sendo escritos e de tudo que interessasse a ambos.

DEVER e TRABALHO foram sempre a preocupação de Pietro Ubaldi em toda a vida. Dever e Trabalho no mais amplo sentido, material e espiritual. Nazarius que tinha recebido como herança dos pais o mesmo ensinamento, não teve dificuldades em aceitar os estudos como um sagrado dever à conquista de uma posição social e cultural mais elevada. Também trabalhava por prazer e não somente para cumprir o seu dever. Com esta bandeira lutou e venceu.

O mestre ainda pede ao discípulo: “Lembre-se do longo caminho que precisei para chegar até Ele” (Cristo) e, num gesto de profunda humildade: “Lembre-se desta alma cansada, que tanto andou e deve ainda andar. Ore a Deus para que lhe dê forças de cumprir todo o seu dever até o fundo.”

É um exemplo que jamais será apagado da memória de Nazarius. Se o leitor quiser conhecer mais detalhes sobre a vida do mestre, leia Pietro Ubaldi e o Terceiro Milênio, biografia anexada ao primeiro volume da Obra, Grandes Mensagens.

 

"S. Vicente, abril, Páscoa de 1956.

Nazarius,

Resumo dos ensinamentos nesta Páscoa de 1956.

O seu trabalho agora é grande para chegar à Faculdade – não lhe sobra tempo para outra coisa. Assim não pode entrar em outras lutas. A vontade de Deus lhe mostra, agora, que o seu caminho é diferente. A sua tarefa não é a de mergulhar nas duras lutas pelo ideal, estragando as suas energias preciosas, que devem ser todas concentradas para chegar ao seu escopo maior: a sua formatura.

A sua tarefa é mais de caráter particular, sem aparecer perante os outros. Continue ajudando o seu amigo com sua amizade sincera e espontânea, com a sua bondade e o seu Amor em Cristo. O bem que tem feito voltará para você mesmo.

Nunca esqueça a presença de Deus, que providencia tudo para nós e nos ajuda na hora certa. A ajuda que você tem recebido é uma prova de que está no caminho certo.

Você viu que a honestidade lhe deu fruto. Ela é o melhor negócio e de maior utilidade, embora apareça o contrário.

Sua primeira fé, simples, desmoronou. Mas a fé não pode desmoronar. Compreenda o que aconteceu. Desmoronou só a fé do rapaz, mas não pode ficar desamparado no vazio. Isto aconteceu para construir uma fé maior, mais forte e mais alta, nos alicerces duros da vida.

O grande liame que o unirá ao seu amigo, vai ser a luta pelo mesmo ideal. Deus nos proporcionou este encontro, ninguém poderá separar-nos.

O presente de Cristo nesta Páscoa, para mim, foi grande. Tudo foi confirmado a respeito de nossa amizade que se tornou ainda mais profunda. Não devo deixá-lo, espiritualmente, sozinho naquela grande cidade cheia de todos os perigos. Você é bom. Deve continuar sendo bom, mesmo neste inferno. Estarei sempre ao seu lado. Vai aprender o Evangelho que eu vivo, na luta terrível deste mundo, na qual o Cristo desce e trabalha junto de nós.

O meu desejo maior é vê-lo formar-se. Trabalhe tranquilo. Velarei pela sua paz.

Se recordar-se de toda a história destes três anos em que nos conhecemos, verá que tudo foi um desenvolvimento lógico e que nesta Páscoa, ainda uma vez mais tudo se confirma.

Orarei por você a cada dia, que Deus o defenda nesta sua nova vida sozinho.

O Cristo esteja sempre perto de você.

Pietro Ubaldi."

COMENTÁRIO

Esta carta além dos ensinamentos que trouxe, foi também profética.

Se Nazarius não permanecesse no anonimato junto do escritor, a Lei o teria afastado dele, porque sua vaidade em querer aparecer publicamente estaria prejudicando a Obra. Nenhuma contribuição tinha para oferecer-lhe. Seria considerado intruso impostor, verdadeiro estranho no ninho. O seu Autor já havia escrito: “Esta Obra não pode ser explorada financeiramente, nem servir de pretexto para a vaidade de ninguém”.

O mestre conhecendo o discípulo – o seu orgulho e o desejo de aparecer –, valeu-se de sua experiência e lhe disse: ainda não é chegada a sua hora; tenha calma, não se precipite, obedeça à Lei, siga a vontade de Deus, observe os acontecimentos em redor de você, não deixe sua fé desmoronar, continue seu caminho de honestidade, busque sua formatura primeiro, a luta pelo ideal virá mais tarde. Estes e muitos outros ensinamentos lhe foram transmitidos, não somente através da palavra escrita como da oral, porque estavam juntos naquela Páscoa. Foram dois dias inesquecíveis naquele encontro na Praça 22 de Janeiro e na beira mar.

Se o discípulo ainda não sabia ver claro a vontade de Deus através dos acontecimentos, então, o mestre, que enxergava tudo com os olhos do espírito, mostrou-lhe qual seria e como ela devia ser obedecida naquele momento. Conversou com ele e transpôs para o papel os conceitos em linhas gerais. Foi uma carta inspirada e profética, porque mais tarde tudo aquilo se realizou e vem se realizando. Hoje, o liame que une profundamente Nazarius e esposa a Pietro Ubaldi é a luta pelo mesmo ideal – a divulgação de sua Obra, através dos meios de comunicação ao seu alcance.

 

"S. Vicente, 26 de abril de 1956.

Nazarius,

Recebi sua carta de agradecimento. Gosto de ver que você possui sensibilidade e bondade de alma.

Será bom se conseguir formar-se sem vender nada. Lembre-se de que não está sozinho no mundo. Farei o que puder por você. Estarei sempre velando para que não estrague nem perca sua fé.

Sempre acreditou num Cristo feito para os anjos, de sonhos e de rosas. Comigo aprendeu outro Cristo maior e mais amplo que luta conosco. Apesar de tanto sofrimento, saí vitorioso. Ele está conosco nas pequeninas e grandes vicissitudes da vida.

Na capital, ainda inexperiente, corre perigos. Escreva-me quando o mal rondar a porta. A minha experiência vai ajudá-lo e dirigi-lo para o bem.

Na Páscoa deste ano, quase perdeu a sua fé, somente porque viu de perto a maldade humana. Ficou escandalizado e revoltado. A sua fé precisa fortalecer-se em Cristo e ficar fiel a Ele e aos ensinamentos que recebeu na Escola Jesus Cristo. Não dê importância ao que fazem os outros. Desconfie deste mundo e não acredite nas promessas traidoras. Fique sempre honesto perante Deus, como lhe ensinei. Tudo é armadilha aqui, o próximo se aproxima de nós, armando ciladas para nos enganar. Mas, há um Deus que é dono de tudo, vê nossos corações, é bom e nunca nos engana. Ensinei a você esta moral, não formal, mas de substância, diferente daquela mentirosa dos homens.

Ficarei, assim, junto de você, espiritualmente, na sua luta sempre ajudando-o.

Demorei a responder-lhe, porque tenho um trabalho louco. Estou dando cursos, como você sabe. Viajei para o interior e cheguei até Pedro Leopoldo, onde encontrei o Chico Xavier. Agora vou fazer outro giro de conferências. Repetirei o curso no Rio, em agosto. Vai durar um mês. Peço-lhe informar-me se estará livre em julho e quais os dias. Aqui terminarei as aulas no começo de julho e deixei livre, para descansar, até o final deste mês. Poderemos ir, por exemplo, à Ilha de Paquetá, onde poderei ficar em paz para escrever. Escreva-me sobre o assunto, a fim de planejar tudo a tempo e fazer o meu programa.

O Cônsul e Mário enviam-lhe saudades.

Abraços ao meu querido Nazarius,

Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO

Esta carta foi muito útil a Nazarius, durante aquele período de adaptação no Rio de Janeiro. As dificuldades a serem transpostas não foram pequenas, sobretudo pela mudança de meio e falta de recursos financeiros. A carta lhe deu forças e foi um roteiro para renovar sua confiança em Cristo. Leu-a e releu-a muitas vezes. A oração lhe serviu para toda a vida.

O Professor conhecia os atrativos das grandes cidades, as facilidades existentes eram terríveis e enganadoras. No século XVIII experimentou os atrativos do mundo, quando sofreu uma grande queda espiritual que está expressa em “Queda da Alma”, Ascese Mística.

“Que aconteceu comigo? Eu era feliz, dono da luz e da força do espírito; dominava um panorama imenso, era livre e soberano – e daquela luminosa altura fui precipitado a um mar de trevas.

Volto a mim cansado, aturdido, nauseado de mim e da vida.

Que torpor nos membros! O dinamismo do espírito desvaneceu-se, não ficou em mim senão a matéria preguiçosa e inerte. Já não sei arrastá-la. Sou pedra entre pedras, abandonada na estrada.

Há um frio de morte nas minhas vísceras. Nos ossos, sinto sensações de vazio. Coleio pela terra viscosa, envolto em lodo. Em meu coração, há o sentido da minha inutilidade.

Senhor, enxota-me. Eu o mereço.

Eu estava na glória de tua luz quando uma lisonja vã, tenaz, traidora, cheia de atrativos, como um polvo, avizinhou-se de mim lentamente, estreitou-me com uma carícia; depois, estreitou-me mais fortemente, paralisou-me cada movimento de defesa e me venceu. Quando eu quis reagir era tarde. Levou-me arrastado, cego, mudo, aturdido, amarrado, para as profundezas.

O cansaço me venceu, diminuiu a tensão da subida; a matéria, pronta para a vingança, apossou-se de mim.”

“Havia cometido, por certo, uma queda, que agora reclamava, fatalmente, justiça e expiação.” Afirmou ele em História de Um Homem. Tinha experiência bastante e orientava Nazarius para que não caísse espiritualmente. Sem dúvida, ele foi o seu grande sustentáculo.

 

"S. Vicente, 11 de março de 1956.

Nazarius,

Chegaram hoje a carta e os dois telegramas. O primeiro dizendo que chegou bem e o segundo falando do seu endereço.

Compreendo tudo a respeito de Nomi. Como tinha deixado aí tudo que recebi na minha chegada, inclusive a roupa de cama, nada trouxe comigo, quis devolver o dinheiro que recebi para minha última viagem a sua cidade. Talvez fosse um erro, porque ele acreditou poder continuar para sempre assim e este ser só o começo. Ele me escreveu dizendo que recebeu também os lençóis, as camisas e os sapatos. Ficou triste porque eu não mantive segredo de sua pobreza. Mas como podia eu de outro modo ajudá-lo? Não sei por que ele está com vergonha de pedir esmola. Eu a peço e não tenho vergonha. É o orgulho dele? Você explicou para ele que não vai falar aos outros das suas necessidades? Só posso fazê-lo por seu intermédio. Ao mesmo tempo estou com pena dele e com remorso de não ajudá-lo. Não posso abandoná-lo nem quero sobrecarregar você com este peso.

A sua vida no Rio vai ser diferente. Nunca perca a sua fé. Deus e Cristo estão em todos os lugares. Eu o ajudarei sempre. Espero-o pela Páscoa. Tenho tantas coisas a contar-lhe, novidades, acontecimentos novos, todos bons.

O trabalho é tanto, mas dá fruto e estou satisfeito. Agora é bom eu ficar despreocupado alguns dias.

O seu pai ficou satisfeito de não vender a chácara? Se vender o dinheiro vai se desvalorizando sempre mais, enquanto o imóvel permanece o mesmo.

No meio de tanta maldade, faremos um círculo de bondade, não é?

Deus o ajude sempre na sua nova vida.

Pietro Ubaldi"

COMENTÁRIO

Nazarius nasceu e viveu no interior de Campos. Se quisesse fazer o curso almejado, teria de mudar-se para a Capital da República, Rio de Janeiro, com uma população 250 vezes maior do que a da sua cidade, local mais próximo para a sua pretensão. Os problemas eram muitos e complexos para um jovem iniciante na vida. Os principais eram moradia, trabalho e escola preparatória. Seu propósito de caminhar de acordo com a Lei era firme, mas ainda não a conhecia para obedecer-lhe. Pietro Ubaldi tinha passado por essa experiência, porque nasceu em Foligno e fez o ginásio e a Universidade em Roma. A diferença é que seus pais se mudaram para Roma, quando cursava o ginásio e durante o curso universitário residiu em casa de parentes. Era rico, superdotado, e não precisava trabalhar. Conheceu a oportunidade de realizar uma descida espiritual, não o fez porque era um espírito suficientemente maduro. Daí a sua grande preocupação.

Para Nazarius, o mestre era seu principal sustentáculo, confiava nele e as suas cartas eram esperadas como tábuas de salvação. Sabia, pelos fatos, que a Lei estava a seu favor, mas tinha os olhos vendados e não podia contemplar o amanhã, enquanto o mestre via o futuro do discípulo. Hoje, depois de vinte anos de contato direto, através de cartas e pessoalmente, e mais vinte e cinco anos de aplicação experimental, sente-se bastante seguro para ver o passado, o presente e o futuro, se for obediente à Lei. Nos dois cursos de que participa, semanalmente, sobre a Obra do mestre, sempre diz: “É deslumbrante e sublime viver de acordo com a Lei.” Cristo ensinou e muito bem: “Todo aquele, pois, que ouve as minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.” Se o leitor puder viver de acordo com a Lei, não pode perder esta oportunidade, porque estará edificando sua casa espiritual sobre a rocha.

Se não fosse Pietro Ubaldi sustentá-lo espiritualmente – , não foi necessário ajuda material –, talvez Nazarius não fizesse o curso universitário, que lhe foi de grande valia para a sua vida profissional e para a Obra.

Em 2 de dezembro, antes de mudar-se para o Rio de Janeiro, o mestre mandou para o discípulo uma carta muito pessoal que, no final, dizia:

“Agora uma lembrança neste Natal, uma oração pequenina, que pode ser um roteiro para você, sobretudo em sua nova vida universitária:

“Senhor, aqui estamos em Tua presença, concentrando-nos para olhar-Te em nosso íntimo onde Tu Moras. Abrindo nossa mente à Tua luz e nosso coração ao Teu Amor.

Não Te pedimos nada, porque já sabes tudo e conheces nossas necessidades e sabemos que Teu maior desejo é fazer a nossa felicidade, ainda que esta só possa ser alcançada pelo caminho da dor.

Pedimos-Te somente forças para obedecer a Tua Lei, pois estamos certos de que, quando conseguirmos viver em Tua ordem, desaparecerá a dor e conquistaremos a perfeita alegria.

Ilumina nossa mente com Tua luz, aquece nosso coração com Teu Amor, de modo que cada vez mais possamos caminhar todos juntos no cumprimento da Tua vontade.”

Entre em sintonia com Cristo e faça essa oração, Ele é uma força viva que nos sustenta.”